sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Erro de cemitério faz corpo de diretor do Nós do Morro ser sepultado duas vezes
O corpo do diretor do grupo Nós do Morro, José Frederico Pinheiro, foi enterrado no jazigo errado no cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Fred, de 57 anos, foi encontrado morto na manhã de quarta-feira (10) no Parque Nacional da Tijuca.
Segundo a viúva do diretor, Ivana, o corpo de Fred teria que ter sido sepultado no jazigo número 7909, que pertence à família de Frederico. Lá já estão enterrados o pai e a mãe do diretor.
Fred Pinheiro foi um dos fundadores do grupo, criado em 1986 na favela do Vidigal, na Zona Sul do Rio. O grupo é uma associação cultural sem fins lucrativos e tem como objetivo levar arte e cultura para a população do morro.
O corpo dele foi enterrado primeiramente no jazigo de número 7906, segundo Ivana. “Quando percebemos o erro fomos na administração e pedimos para refazerem o sepultamento. Então eles sepultaram de novo”, contou a viúva, acrescentando que muita gente acompanhou o segundo sepultamento do corpo.
Ivana contou que não houve nenhum tipo de desacordo com a administração do cemitério, e que eles atenderam ao pedido prontamente, enviando funcionários para desfazer o engano.
O G1 entrou em contato com a administração do cemitério, mas não havia ninguém para comentar o caso.
A filha de José Frederico era uma das mais emocionadas no velório do pai. A família quis uma cerimônia fechada, apenas com a presença dos amigos mais próximos, principalmente os do grupo Nós do Morro. A polícia esteve no velório colhendo informações.
Investigação
Uma fita de vídeo com imagens de um táxi é a primeira pista da polícia na investigação da morte do diretor. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.
O corpo de Fred foi encontrado na manhã de quarta-feira (10) num posto de vigilância do Parque Nacional da Tijuca. Ele estava com a garganta cortada por um estilete, encontrado ao lado do corpo. Nada foi roubado.
Investigação
Uma fita de vídeo com imagens de um táxi é a primeira pista da polícia na investigação da morte do diretor. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.
O corpo de Fred foi encontrado na manhã de quarta-feira (10) num posto de vigilância do Parque Nacional da Tijuca. Ele estava com a garganta cortada por um estilete, encontrado ao lado do corpo. Nada foi roubado.
Fred participou de uma reunião no Vidigal que acabou na madrugada de terça-feira. Foi a última vez que foi visto. Segundo os policiais, quem matou o diretor era conhecido dele.
Os agentes apreenderam imagens do circuito interno do parque, que mostram um táxi saindo do local onde o corpo foi encontrado.
Amigo emocionado
“Ele sempre foi luz. Perder ele é como se apagasse o refletor”, definiu Guti Fraga, cofundador e um dos diretores do grupo Nós do Morro.
Fred era operador de luz e foi responsável pela iluminação de todos os espetáculos encenados pela companhia. Ela deixa a esposa e uma filha de 17 anos.
Dúvidas
Fred teria saído por volta das 1h30 da reunião na terça-feira (9) em uma van para Copacabana. Os amigos não sabem para onde exatamente ele estaria indo.
Inconformados, nem os amigos nem a família desconfiam de qual seria a causa da morte de Fred. “Fica uma interrogação enorme e uma dor no peito”, diz Guti. O diretor era parceiro de trabalho de Fred desde 1985, quando o convidou para fundar o Nós do Morro.
O ator Jonathan Haagensen, que ficou conhecido depois do filme “Cidade de Deus” e também é integrante do Nós do Morro, lembrou com carinho do companheiro de grupo: “Ele era muito tranquilo, super reservado e dava atenção para todo mundo”.
Guti afirmou que o trabalho da companhia não vai parar. "Acreditamos que a dedicação dele aqui faz iluminar nossa alma para que a gente possa continuar trabalhando e criando oportunidades a milhões de pessoas que não têm oportunidade".
Muito abalado, ele ressaltou que Fred era um profissional talentoso e focado no teatro. "A gente sempre acreditou que a vida levada através da arte era mais bonita de ser vivida".
Patrícia Kappen
Do G1, no Rio
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