terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Presidentes da Colômbia e Venezuela batem boca em reunião no México


Os presidentes de Venezuela, Hugo Chávez e Colômbia, Álvaro Uribe, bateram boca nesta segunda-feira (22) durante o almoço de presidentes da Cúpula do Grupo do Rio, em Playa Del Carmen, no México. A situação ficou quente e só foi acalmada no final do dia.

A relação desgastada entre Chávez e Uribe não é nova e com o decorrer do tempo só vem piorando. Além de trocas de acusações, o clima piorou após o colombiano não gostar de ver o venezuelano participar da liberação de reféns das Farc.

Fontes da delegação venezuelana confirmaram para a agência Efe e para a mídia local que houve "uma discussão acalorada" quando Uribe comparou o bloqueio dos Estados Unidos sobre Cuba com o tratamento comercial da Venezuela a empresas colombianas.

Após as palavras de seu colega colombiano, Chávez explicou que o comércio entre os países se multiplicou por oito desde sua chegada ao poder, em 1999, quando estava em um patamar de US$ 1,6 bilhão (pouco menos de R$ 3 bilhões), chegando a US$ 7,9 bilhões (quase R$ 14 bilhões) de 2008.

Segundo as fontes, Uribe interrompeu o líder venezuelano quando ele defendia sua postura, e Chávez pediu que deixasse acabar o discurso.

Outras fontes que participaram do almoço disseram para a Efe que o presidente cubano, Raúl Castro, que participa de sua primeira cúpula do Grupo do Rio, teve que intervir para terminar a discussão entre os líderes de Venezuela e Colômbia.

O secretário de imprensa da Presidência colombiana, César Mauricio Velásquez, disse que Chávez insinuou durante a discussão que há 300 paramilitares colombianos entrando na Venezuela para assassiná-lo, dando a entender que Uribe tenha relação com isso.

Por isso, Uribe "pediu respeito, dizendo que jamais faria algo assim", assinalou Velásquez.

Durante a discussão, Chávez afirmou que ia se retirar do recinto, quando Uribe disse: "seja homem e permaneça aqui, e falemos de frente, porque o senhor às vezes insulta à distância", relatou o funcionário colombiano.

Velásquez indicou que se tratou de um incidente "menor", e que na declaração final da cúpula do Grupo do Rio, que será divulgada nesta terça-feira durante o encerramento da reunião, foram aprovados dois pontos nos quais os países da região se comprometem a "acompanhar o processo de integração e de amizade" entre Colômbia e Venezuela.

Esses acordos "foram pactuados" entre os governos da Colômbia e Venezuela, garantiu o secretário de imprensa.

Uribe foi o último presidente a chegar a Playa del Carmen, balneário do caribe mexicano, se incorporou às sessões após seu início, participou da foto oficial e posteriormente do almoço oferecido pelo líder mexicano, Felipe Calderón.

Pazes

Chávez e Uribe aceitaram a formação de um "grupo de países amigos" que auxilie os governos a superarem diferenças após os líderes terem travado uma discussão acalorada na 2ª Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe.

- Eu disse que estou de acordo com a formação de um grupo de amigos para que recuperemos a confiança e relações transparentes, relações de cooperação, isso é necessário -, disse Chávez a jornalistas depois do incidente.

- Nós garantimos boa vontade para relaxar as tensões -, comentou Chávez, destacando que a iniciativa surgiu de vários países, entre eles o Brasil, além de Argentina, Chile, República Dominicana e México.

Em breves declarações, o presidente colombiano indicou a jornalistas que "o governo da Colômbia aceita o acordo que propôs o Grupo do Rio, em reuniões desta tarde, presidida pelo Presidente do México", em relação a este grupo.

Do R7, com Efe

Nenhum comentário: