quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ciro admite disputar governo de SP


BRASÍLIA (Folhapress) - Em reunião ontem com representantes paulistas de nove partidos (PSB, PT, PDT, PCdoB, PTC, PRB, PSC, PTN e PTdoB) da base governista, o deputado Ciro Gomes (PSB) reiterou sua disposição em ser candidato à Presidência da República nas eleições de outubro, mas admitiu a possibilidade de mudar de ideia caso o cenário nacional o leve para a disputa ao governo de SP. Ciro disse que há um “cenário remoto” que permite a sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, embora seu desejo seja concorrer ao Palácio do Planalto.


“O cenário de ter que ir para o governo de São Paulo é quase impossível, mas se o cenário nacional precisar desse desafio, eu não titubearia em ir. Quem alimentou a decisão de ser único, na política, deu com os burros n’água”, afirmou.



Nos bastidores, Ciro é pressionado pelo Palácio do Planalto a abandonar a corrida presidencial porque parte do PT teme que a sua candidatura traga impactos negativos à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) - pré-candidata petista à Presidência da República.



Alguns petistas temem que Ciro chegue ao segundo turno na disputa com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), caso o tucano consolide a sua candidatura.



Ciro disse que o seu desejo de disputar a Presidência da República “não depende” de conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas reconheceu que, se Serra não for candidato, o cenário nacional passará por mudanças que afetam diretamente a sua decisão.



Ciro disse que não tem a “segurança” de que o projeto iniciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja garantido apenas com a candidatura de Dilma como representante da base aliada governista. “Quantos por cento dos brasileiros estão informados de que a Dilma é a candidata do Lula? Por que um presidente que tem o apoio de mais de 80% da população, somente 27% declaram apoio a Dilma?”, questionou.



O deputado disse que se considera “muito melhor candidato” do que todos os que demonstraram disposição em entrar na corrida presidencial, incluindo a pré-candidata petista. “A Dilma é extraordinária, mas não tem o histórico de 20 anos de eleição que eu tenho.”



O presidente do PT de São Paulo, Edinho Silva, disse que o bloco de nove partidos dispostos a apoiar a eventual candidatura de Ciro no Estado vão esperar a decisão do deputado. “Nunca tivemos em São Paulo um campo partidário como esse atual. Hoje, a liderança que mais unifica é a do Ciro Gomes”, afirmou.

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