O secretário das Cidades, Humberto Costa (PT), foi absolvido pelo Ministério Público Federal das acusações de envolvimento no escândalo dos vampiros, como ficaram conhecidas as irregularidades na compra de hemoderavidos em 2004, na então gestão do petista no Ministério da Saúde. “No mérito, analisando detidamente o conjunto probatório carreado ao processo, chega-se à conclusão de que, durante a instrução criminal, nenhuma prova foi produzida no sentido de atribuir ao acusado a prática dos crimes imputados por ocasião da denúncia”, diz o documento, assinado pela procuradora Regina Coeli.
Visivelmente emocionado, durante a coletiva à Imprensa, ontem à noite, Costa disse que esperou o resultado do processo com ansiedade e que tinha confiança que seria inocentado. “É óbvio que eu tinha confiança que mais cedo ou mais tarde esse resultado... (começou a chorar). É difícil descrever tudo que eu passei”, disse, lembrando ainda o sofrimento de familiares durante o decorrer da denúncia.
A advogada do petista, Marília Fragoso, afirmou que que tinha “certeza e consciência plena da absoluta inocência de Humberto”. “Não sei como uma pessoa inocente pôde suportar tanta sordidez. Não é uma coisa fácil para o ministério declarar que errou ao editar uma denúncia de forma auspiciosa”, declarou.
Humberto disse não querer vincular o resultado do processo à sua possível candidatura ao Senado, mas reconheceu que entra na disputa fortalecido. “Eu me sinto como alguém que está de volta ao jogo”, declarou, enfatizando ter todas as credenciais para o pleito. Ele revelou que está processando colunistas de revistas e jornais nacionais, emissoras de TVs e políticos por calúnia. “Não por revanchismo pelo que eu e minha família passamos, mas para porque eu quero que a política de Pernambuco mude. Que o povo varra para sempre esse tipo de prática política. Eles já estão se preparando para outra eleição. A conversa é a mesma, é detratar é agredir”, disparou.
Costa destacou a confiança dos familiares, amigos, do povo de pernambuco e do governador Eduardo Campos (PSB), este último quando o convidou para chefiar uma secretaria. “Foi um gesto importante”, disse. Por meio de uma nota, Eduardo expressou seus sentimentos com o resultado. “Falo como alguém que experimentou o gosto amargo da calúnia e que sabe o quanto uma denúncia deste tipo machuca um homem público. A decisão do Ministério Público Federal deixa a mim, à minha família e aos integrantes do nosso Governo bastante felizes. Humberto Costa é um homem honrado que sempre pautou sua atuação política pela decência e pela honestidade”, diz o texto.
MARILEIDE ALVES(FOLHA DE PERNAMBUCO)
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