Uma operação de combate à sonegação fiscal prendeu, nesta quarta-feira (30), dois auditores da Secretaria da Fazenda do Estado e nove técnicos de informática. De acordo com a polícia, os acusados alteravam os equipamentos de emissão de cupom fiscal na fraude. A Operação Caixa Preta, como foi chamada, contou com 335 policiais civis que esperam cumprir ainda outros 47 mandados de busca e apreensão em Pernambuco.
As investigações começaram há três meses e constataram a fraude de cinco modelos de equipamentos emissores de cupons fiscais (ECFs ) e de três diferentes fabricantes. Segundo os agentes, a quadrilha agia no Recife, na Região Metropolitana e nas cidades de Escada, Palmares, Catende, Caruaru, Timbaúba, Pesqueira, Arcoverde e Petrolina.
A ação da Secretaria de Defesa Social (SDS) aconteceu em conjunto com a Secretaria da Fazenda (Sefaz-PE). A SDS informou que foram flagrados, inicialmente, 57 contribuintes, localizados em 20 municípios do Estado. Todos eles seriam ligados a duas empresas da área de tecnologia credenciadas na Sefaz para dar assistência técnica em ECFs e são suspeitas pela execução da fraude.
As investigações apontaram que os equipamentos eram adulterados para sonegar imposto. “Essa quadrilha burlou esse sistema de uma forma muito refinada, de difícil identificação. O autor fiscal não tinha como identificar se o equipamento era falso ou não”, disse o diretor de fiscalização da Receita Federal, Oscar Victor.
De acordo com a polícia, 98 auditores fiscais do Estado também participam da ação. Eles recolheram computadores e impressoras de cupom fiscal. Das 11 pessoas presas, nove eram técnicos em informática de duas empresas credenciadas pela Secretária da Fazenda para fazer a manutenção dos equipamentos e duas eram fiscais da receita estadual. Todos foram levados para a sede do Grupo de Operações Especiais (GOE), no Recife.
Um dos fiscais, Clóvis Soares de Lira, foi preso no começo da manhã desta quarta-feira (30), em uma chácara na zona rural de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul do Estado. Os equipamentos vão ser periciados e, caso eles tenham sido adulterados, os comerciantes responsáveis também podem ser presos. “Todo aquele que se locupletou desse desvio, dessa fraude, vai ser indiciado”, informou o diretor de operações da Polícia Civil, Osvaldo Moraes.
Todos os presos foram encaminhados ao Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel). Os fiscais da Receita Estadual ainda estão calculando os prejuízos provocados pelo esquema de sonegação fiscal.
Da Redação do pe360graus.com
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