quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Campos trabalha com dois cenários ao Senado


O governador Eduardo Campos (PSB) garantiu, ontem, que não terá problemas em administrar os ímpetos dos aliados que disputam as duas vagas da chapa governista para o Senado Federal. Para o socialista, que evitou ao máximo falar sobre o assunto, é natural que as lideranças de sua base pleiteiem os espaços. Nos bastidores, entretanto, os eduardistas avaliam que o governador trabalha com dois cenários. No caso de o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) se lançar na disputa pelo Palácio das Princesas, ele se veria obrigado a optar por uma chapa mais forte, com o secretário João Paulo (PT/Articulação Regional) e o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB). Se ex-governador abdicar da disputa, Campos ficaria mais livre para convidar quem não ameace a sua liderança no Estado.


Além de João Paulo e Armando, se colocam como pré-candidatos à Casa Alta os secretário Humberto Costa (PT/Cidades), que em entrevista à Folha admitiu concorrer se for convocado; Fernando Bezerra Coelho (PSB/Desenvolvimento Econômico), que defendeu uma vaga na chapa para o PSB; e Luciana Santos (PCdoB/Ciência e Tecnologia), cujo seu partido já sinalizou que vai estimular a candidatura. Diante das possibilidades, Eduardo Campos preferiu se esquivar. “Não é hora de tratar dessa questão eleitoral. O povo não quer ver o governador tratando disso. O povo quer ver o governador entregando casa, trazendo fábricas que geram empregos. É isso que vou fazer até o limite de que eu puder fazer”, desconversou o socialista, após entregar 160 casas para moradores da comunidade Saramandaia, no Recife.



No início da tarde, após a coletiva no Palácio, em que anunciou a antecipação do décimo terceiro salário para os servidores estaduais, o governador corroborou com a avaliação de que ele ganha politicamente com a medida. “É uma marca de respeito que quero levar dos servidores, que tanto têm contribuído para a gente melhorar as políticas do Estado. Eles sabem o governador que tem atenção com os servidores. Não faço demagogia. Quando pode, pode. Quando não pode, eu explico porque não pode”, disse Campos, ressaltando as políticas de sua gestão para os servidores. “Colocamos um calendário na mão do servidor e o pagamento para dentro do mês. Não tinha e isso era notícia nos jornais”, destacou.


ARTHUR CUNHA(FOLHA DE PERNAMBUCO)

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