quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Jarbas diz que acordo PMDB/PT “é insano”


Mal tomou assento de volta na Comissão de Consituição e Justiça (CCJ) do Senado, na manhã de ontem, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) foi à tribuna da Casa, à tarde, e avisou que não exitará em comprar outra briga com o seu partido - sua destituição da CCJ foi justamente por criticar o PMDB. A razão para o novo embate é o pré-acordo entre PT e PMDB, firmado para oficializar o apoio dos peemedebistas à candidatura da presidenciável petista, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Jarbas classificou o pacto de “insano” e reagiu contra a pretensão do presidente Lula de pressionar as vozes discordantes do PMDB a aderir.


“Existem três grupos dentro do PMDB: os que defendem a aliança com o PSDB, os que querem se unir ao PT e os que defendem a candidatura própria. Ou essas diferenças são respeitadas, ou teremos um desnecessário confronto político dentro do PMDB”, asseverou.



Defensor da candidatura à Presidência do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Jarbas já trava articulações para combater os acertos entre PMDB e PT. Na última terça-feira, trocou telefonemas com lideranças que também repelem o pacto. “Conversei com Luiz Henrique (governador de Santa Catarina), Orestes Quércia (presidente do PMDB paulista) e Roberto Requião (governador do Paraná). Requião está querendo começar campanha de candidatura própria. Simon também defende essa tese”, contou o senador. O próximo passo, explicou, é agendar uma reunião, na qual se discutirá uma estratégia de enfrentamento à futura aliança.



O PMDB possui 27 diretórios no País, mas, de acordo com Jarbas, estão contrários à coligação com o PT: Pernambuco, Paraná, Acre, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e, talvez, o Mato Grosso. O apoio definitivo a Dilma só será referendado, no entanto, na convenção do partido, na qual os votos dos diretórios são proporcionais ao número de delegados.



No discurso, Jarbas lembrou a história democrática do PMDB. “Nas eleições presidenciais de 2002, o PMDB apoiou José Serra, indicando a deputada federal Rita Camata para vice. Mesmo assim, setores do partido, como o senador José Sarney, apoiaram o PT. Essas dissidências foram respeitadas. Não aceitarei, de forma alguma, que esse caciquismo lulista do PT seja implantado também no PMDB”, advertiu o ex-governador.



E ironizou: “É humilhante ver o PMDB e seus integrantes comparados a Judas e traidores, como fez o presidente Lula, ao justificar a aliança antecipada com a cúpula peemedebista. Se não dá para apelar para o bom senso da cúpula do PMDB, que, pelo menos, seus integrantes tenham consideração pela autoestima”.


RENATA BEZERRA DE MELO (folha de pernambuco)

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