quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Procuradora que denunciou Igor diz que ele pode se livrar de parte da pena


O ex-promotor Igor Ferreira da Silva, condenado por matar a mulher grávida e foragido desde 2001, pode se livrar de parte da pena, segundo a procuradora de Justiça Valderez Deusdit Abbud, responsável pela acusação, ele foi condenado a cerca de três anos de prisão pelo crime de aborto. Entretanto, o crime foi cometido há 11 anos – e penas de até quatro anos perdem a validade em oito.

O ex-promotor foi preso na segunda-feira (19) na Zona Leste de São Paulo. No total, ele foi condenado a 20 anos e 4 meses pela morte a tiros da mulher, Patrícia Aggio Longo, em 1998, e dois anos depois por porte ilegal de armas. Ela estava grávida de sete meses. O crime aconteceu em Atibaia, a 60 km de São Paulo.



Veja a cronologia do caso

Na terça-feira (20), Igor foi transferido para o presídio de Tremembé, a 147 km de São Paulo. O ex-promotor culpa um ladrão que, segundo ele, abordou sua mulher na rua. Segundo ele, Patrícia Aggio Longo foi então sequestrada e morta. Ela levou dois tiros na cabeça. A Procuradoria, no entanto, acusou o promotor de ter matado a mulher. Um teste de DNA realizado mostrou que o bebê não era filho de Igor.

Em 2006, o Órgão Especial do TJ decretou a perda do cargo de promotor. O mandado de prisão do ex-promotor tinha validade até 17 de abril de 2021.

Versões

Questionada pelos jornalistas, Valderez negou saber do paradeiro do ex-promotor nos últimos 8 anos e disse que “não tem a menor repercussão no cumprimento da pena” o fato de ele ter se apresentado sozinho à polícia ou não. Ao deixar a delegacia na noite de segunda-feira, Igor falou rapidamente à imprensa: “eu me apresentei”.

Procurado para comentar o assunto, o delegado seccional Nelson Guimarães afirmou ainda na segunda que a história de que Igor se entregou foi inventada e que ele, na verdade, havia sido preso.

“A delegada colocou inicialmente ‘apresentação espontânea’, mas depois corrigiu [e pôs que Igor foi preso]”, disse o seccional. “O delegado titular fez um adendo [colocando que o ex-promotor foi preso e não apresentado] ao primeiro boletim de ocorrência.”

De acordo com Guimarães, essa mudança e adendo no boletim foi que gerou toda a confusão. Para a polícia, o ex-promotor foi preso após uma denúncia anônima. Igor foi transferido na tarde desta terça-feira (20) do 40º Distrito Policial de São Paulo, na Vila Santa Maria, para o presídio de Tremembé, a 147 km da capital paulista. Ele deixou a delegacia às 13h50.


Do G1, com informações do Bom Dia São Paulo

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