quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vítimas denunciam ineficiência do serviço 190 da PM


Burocracia e demora no atendimento. O serviço de emergência da Polícia Militar, que funciona pelo telefone 190, foi criado para evitar esses problemas, mas a realidade é completamente oposta.

A história de um grupo de advogados comprova esta situação. Eles foram vítimas de lentidão do serviço e acabaram sendo assaltados. Para agravar ainda mais a história, o curioso é que eles trabalham num escritório a 100 metros de um posto da PM, no bairro da Ilha do Leite, no Recife. Eles ligaram para o 190 e ninguém apareceu para ajudá-los.

O advogado Franciso Holanda (foto 3) viveu, na semana passada, uma experiência inusitada. Ele ligou para o 190, para pedir ajuda porque uma pessoa suspeita de ser assaltante rondava a rua onde fica o escritório. Depois de registrada a ocorrência, esperou 45 minutos e nada de a polícia chegar. Passava das 19h quando ele e outros quatro colegas de escritório resolveram ir embora. Na saída, foram assaltados pelo homem de quem suspeitavam.

"No momento que eu sai, fui assaltado junto com mais quatro colegas a mão armada, numa situação violenta e constrangedora e violenta porque fomos ameaçados de morte. Chegamos a conversar com os policiais que disseram que ouviram pelo rádio o nosso chamado, mas não poderiam fazer nada porque só estavam em duas pessoas e se saíssem duas pessoas o posto policial ficaria abandonado”, explicou Holanda.

Situação semelhante passou o também advogado Bruno Bruere (foto 4). Só que ele nem conseguiu registrar a ocorrência. “O telefone 190 exigiu uma série de requisitos e a atendente me disse que precisava de várias características para quem era o suspeito. E obviamente que eu não sabia porque não ia me expor para saber quem era o suspeito. E assim, não tendo tais característica, ela disse que não poderia fazer mais nada e que não iria me atender.”

O controle do 190 fica no próprio prédio da Secretaria de Defesa Social. Lá são atendidas as ligações dos cidadãos que se sentem ameaçados e pedem a proteção da polícia. São trinta atendentes. De acordo com a PM, o 190 recebe 18 mil ligações por dia.

O gerente-geral do Centro Integrado de Operações de Defesa Social, Sérgio Viana (foto 5), responsável pelo 190, soube apenas nesta terça-feira (20) da longa espera que Francisco Holanda teve de fazer depois de chamar a polícia e ser assaltado na saída do escritório.

“Nossa demanda aqui é algo em torno de 18 mil ligações por dia, dais quais 3,5 mil são trotes. Quando deslocamos uma guarnição para atender um trote a gente deixa de atender o cidadão que está em apuros e em situação de emergência como foi o caso desse cidadão que nós levamos esse tempo para chegar, porque certamente estávamos empenhados em outra ocorrência que possivelmente seria um trote”, destacou Viana.

Ele também comentou o outro caso, em que o advogado sequer conseguiu registrar a ocorrência porque não sabia como o suspeito estava vestido.

“A gente desloca a viatura e no caminho a gente tem efetuado a prisão porque encontramos os criminosos. Por isso esse dado é importante. Por isso que precisamos desse dado, mas não seja o único dado para que se possa mandar a polícia”, finalizou.

Da Redação do pe360graus.com

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