O pernambucano José Múcio Monteiro é o novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). De fato e de direito. A posse foi ontem à tarde, na sede do Tribunal, em Brasília. Aos 61 anos de idade, José Múcio integra, agora, o time de nove ministros que, entre diversas atribuições, fiscalizam as contas do presidente da República e cuidam para manter a correta aplicação dos recursos federais - o dinheiro do contribuinte - em todo o País.
O ato foi prestigiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidentes do Senado, José Sarney (PMDB/ AP), e da Câmara Federal, Michel Temer (PMDB/SP), governador Eduardo Campos (PSB) e o prefeito do Recife, João da Costa (PT). Dois presidenciáveis também compareceram, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). A Folha de Pernambuco foi representada pelo diretor executivo, Paulo Pugliesi.
Já trajado com a “veste talar”, a toga dos ministros do TCU, José Múcio deu o tom ao seu discurso de posse: a convergência. “Não creio em divergência improdutiva e em debate inócuo”, observou o pernambucano. José Múcio pontuou que o momento que ora a sociedade brasileira atravessa é de discussão entre as instituições. “Mas é uma discussão que considero saudável”, enfatizou.
Sobre o TCU, o novo ministro ressaltou que trata-se de uma instituição que jamais abdicou de suas atribuições constitucionais. “Sempre com disposição para dialogar com os responsáveis pelos gastos públicos”, disse. Ao presidente Lula, José Múcio dirigiu agradecimentos, “pela confiança que sempre recebi, como líder do Governo na Câmara e como ministro-chefe das Relações Institucionais”.
Indicado pelo presidente Lula, de quem foi um fiel ministro das Relações Institucionais, José Múcio foi aprovado em sabatina no Senado por 46 votos. Sua primeira tarefa no TCU é espinhosa. Sobre sua mesa cairão denúncias acerca de eventuais irregularidades cometidas por parlamentares na utilização de verbas públicas para a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007. “Manterei a serenidade, qualidade inerente à função de fiscalizador”, garantiu.
BOAS-VINDAS
Coube a três cearenses dar as boas-vindas ao ministro José Múcio: o presidente do TCU, Ubiratan Aguiar, o decano Valmir Campelo e o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado. Campelo o saudou em nome de seus pares. Destacando que a solenidade estava marcada por forte sotaque pernambucano, Campelo parabenizou o “colega e amigo de quase 20 anos” e pediu para que os filhos do homenageado, Marina, Cecília e Múcio, tenham paciência com o pai ministro. “Sei da importância que este momento significa para você e sua família. E que agora terá menos tempo para eles”, disse Campelo.
Nas boas-vindas, foi lembrado o fato de que José Múcio, que começou a carreira política como prefeito de Rio Formoso, interior de Pernambuco, em 1982, obteve várias vezes destaque no Congresso Nacional, ficando cinco vezes entre os mais influentes parlamentares, segundo dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Carlos Estênio Brasilino
Especial para a Folha
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