quinta-feira, 18 de março de 2010
Policiais do Bope do Rio fazem curso com a PM da Paraíba
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro participaram de um curso de gerenciamento de crise com refém ministrado pela Polícia Militar da Paraíba, em João Pessoa, nesta quarta-feira (17). Ao todo, 22 homens se dividem em uma sala de aula com treinamento psicológico e operacional. A corporação do Nordeste foi escolhida como referência por ter aproveitamento de 100% em ocorrências com reféns desde 1996, quando o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foi criado no estado.
O curso começou na semana passada e teve requintes de realidade quando a eficiência da corporação paraibana foi colocada à prova. Na noite de quinta-feira (11), uma ocorrência envolvendo reféns durante um assalto a ônibus serviu de exemplo para mostrar como age a Polícia Militar da Paraíba.
Além do sargento Alex Rocha e do capitão Ivan Blaz, do Bope do Rio de Janeiro, o curso conta com a participação de outros 20 policiais civis, federais e rodoviários federais do Distrito Federal, Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O responsável pelas aulas é o major Onivan Elias de Oliveira, um dos idealizadores do Gate paraibano, corporação que comandou por cinco anos.
COMO FUNCIONA A NEGOCIAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DA PARAÍBA
1ª ETAPA Após o isolamento da área, o negociador tenta ganhar tempo para garantir a integridade da vítima e do criminoso. A negociação se inicia de forma indireta, mas a preferência é um diálogo olho no olho.
2ª ETAPA Atendimento das exigências, mas sempre tentando abrandar ou diminuir o volume de pedidos. Em caso de mais de uma vítima, o cumprimento da exigência tem o objetivo a libertação de um refém ou entrega de parte da munição.
3ª ETAPA Trabalho psicológico com conversa sobre família (pais, filhos, mulher), sobre futuro de vida, além de assuntos que tranquilizem o criminoso, minimizando a possibilidade de alguma agressão contra o refém.
4ª ETAPA Quando o criminoso concorda em se entregar, é iniciada uma conversa que mostre ao criminoso que ele terá garantia de vida e que será tratado dentro da lei, sem violência e que será protegido de possíveis retaliações da população local.
5ª ETAPA Após a liberação do refém, a polícia faz uma revista pessoal no criminoso e no refém para se certificar de que as posições não foram trocadas. Interrogatório é feito para dar garantias sobre a identificação de cada um.
"O curso tem duração de 60 horas/aula e trata, além dos casos envolvendo reféns, de rebeliões no sistema penitenciário, técnicas de negociação, radiografia de sequestros e psicologia policial. Além disso, o curso serve de intercâmbio para trocarmos experiências das mais diversas", disse Oliveira.
Ele afirmou ainda que a característica geográfica de cada estado faz com que a ação policial seja diferenciada. "Aqui na Paraíba temos mais envolvimento com ocorrências de reintegração de posse, que demandam uma longa negociação e, em casos mais pontuais, até com reféns."
Glauco Araújo
Do G1, em São Paulo
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Um comentário:
Execelente iniciativa das duas policias, porém fica uma DÚVIDA, em qual policia a PM da Paraíba, originalizou toda sua doutrina.
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