sexta-feira, 26 de março de 2010

Justiça prende Neguinho Teixeira em Caruaru


CARUARU - A Polícia Civil prendeu na tarde de ontem o ex-prefeito e ex-presidente da Câmara Municipal de Caruaru Manoel Teixeira de Lima (PSDC), o Neguinho Teixeira. A prisão preventiva foi decretada pelos juízes das 2ª e 3ª Varas Criminais da Comarca de Caruaru, respectivamente, Pierre Souto Maior e Gleydson Gleber Pinheiro. Contra o acusado existem nove processos criminais, sendo oito deles por fraude em licitações e um por coação de testemunhas, além de ser investigado por peculato (apropriação de dinheiro publico). De acordo com o promotor de Justiça, Luiz Gustavo Simões, da Central de Inquéritos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), há outras acusações contra Teixeira sendo apuradas em segredo.


A denúncia contra Neguinho Teixeira, no caso em que teve a preventiva decretada, trata de três fatos importantes. O primeiro refere-se a ações de manutenção preventiva e instalações elétricas no prédio da Câmara Municipal de Caruaru (CMC). Segundo o magistrado, em 2 de janeiro de 2007, Neguinho Teixeira, então presidente da CMC, firmou contrato de prestação de serviço, no valor total de R$ 7.800, pagos em mensalidades de R$ 650. O problema é que as obras nunca foram realizadas.



Além de não realizar o serviço, a pessoa contratada não tinha condições técnicas para desenvolver a atividade e é portadora de necessidades especiais. “Ele contratou um deficiente mental para fazer obras elétricas na Câmara de Vereadores de Caruaru”, disse o promotor Luiz Simões. O suposto eletricista recebia R$ 200 mensais. O restante, R$ 450, ficaria com Manoel Teixeira. Isso aconteceu durante 12 meses.



O segundo fato relevante também se refere a serviços na Câmara Municipal de Caruaru. Dessa vez, de pintura. O valor desse contrato foi o mesmo do primeiro: R$ 7.800, em 12 parcelas de R$ 650. De acordo com a investigação, de janeiro a maio, o pintor recebeu R$ 150, e a partir desse mês não percebeu mais nenhum dinheiro. Já Neguinho Teixeira teria se apropriado de R$ 500 mensais, de janeiro a maio, e de junho a dezembro, de sete parcelas de R$ 650.



Além das apropriações indevidas, Manoel Teixeira coagiu uma das testemunhas do processo. O pintor contratado por ele, Edivan Vila Nova Alves, recebeu em 24 de agosto de 2009, enquanto prestava depoimento na 2ª Promotoria de Justiça e Defesa da Cidadania de Caruaru, uma mensagem de texto no celular, que dizia: “Se falou contra mim vou lhe dar uma pisa. Neguinho”. O telefone de onde se originou a mensagem, segundo a Promotoria, pertence a uma pessoa que tem intenso contato com Teixeira.



O ex-prefeito foi levado para a Penitenciaria Juiz Plácido de Souza, em Caruaru. De acordo com a diretora da unidade, Cirlene Rocha, Neguinho Teixeira divide a cela do setor de triagem com mais 11 detentos.

DIEGO MENDES(FOLHA DE PERNAMBUCO)

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