terça-feira, 7 de julho de 2009

Sobe para cinco o número de mortos em assentamento do MST



Cinco pessoas foram assassinadas em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na Fazenda Garrote, no distrito de São Domingos, em Brejo da Madre de Deus, no Agreste pernambucano.

A polícia informou que seis homens estavam construindo casas no assentamento, quando, no fim da tarde desta segunda-feira (6), dois homens chegaram em uma moto e atiraram contra eles. De acordo com a polícia, quatro pessoas - o presidente da associação de moradores do assentamento Chico Mendes e três pedreiros - morreram no local e outras duas foram levadas para o hospital municipal de Santa Cruz do Capibaribe.

Parentes e amigos ficaram desesperados. “Ele era um trabalhador, veio ganhar o pão de cada dia para minha filha e meu neto... Chega aqui acontece uma coisa dessas”, lamenta Lúcia da Silva, sogra de uma das vítimas.

Um dos transferidos é o agricultor Eriosvaldo Francisco da Silva, 30 anos, que de lá foi levado para o Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru. De acordo com o HRA, a vítima levou um tiro no ombro, mas passa bem. O outro ferido não foi identificado. Ele morreu antes de dar entrada no hospital de Santa Cruz do Capibaribe.

O coordenador do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, informou que o local é um assentamento com título de posse emitido desde 1998 e que um dos assassinados é o líder do assentamento, conhecido como João. Os outros três que também morreram são do assentamento vizinho, Lago Azul, do distrito de Cachoeira Seca, em Caruaru.

Tanto a coordenação do Movimento quanto a Polícia Civil não descartam a possibilidade da motivação do crime ter sido por questões agrárias, apesar dos conflitos no local terem acabado há três anos, quando o Incra desapropriou o terreno. “Nós não podemos descartar nada, principalmente em função de outros conflitos, pode ser vingança”, afirma Jaime Amorim.

A polícia aguarda a chegada do Instituto de Criminalística (IC) para identificação dos corpos e perícia no local do crime. Duas testemunhas ouvidas durante a noite. “Estamos com duas linhas, assalto e motivação agrária”, disse o delegado Júlio César Porto.

Da Redação do pe360graus.com

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