Depois de constatar uma queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de quase R$ 800 mil - de julho de 2008 - para R$ 397 mil este ano, a prefeita de Bezerros, Bete Lima (PR), decidiu cortar os gastos “na própria carne”. A republicana reduziu seu salário e os do primeiro e segundo escalões em percentuais diferenciados, de 10%, 15% e 20%. “Salários em torno de R$ 800 a R$ 1 mil terão cortes de 10%. Até R$ 1.200 será de 15% e acima disso o que vier será de 20%, caso da prefeita e dos secretários”, explicou Bete Lima.
Segundo ela, o ajuste financeiro é o caminho para evitar o corte salarial e exonerações. “Já iniciamos uma certa quantidade de demissões, então agora tomei essa decisão. Tudo sendo feito rigosamente dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal”, destacou. O município tem cerca de 60 mil habitantes, dos quais quase 1.950 dependem de empregos na Prefeitura.
O aperto financeiro atual foi atribuído por Bete à gestão do ex-prefeito Marconi Lima Borba. “Eu parcelei débito de INSS, que eu pensava que era R$ 157 mil. No momento que autorizei pagar, para meu desgosto, tinha um débito relacionado à folha de dezembro de 2008, passando de R$ 1,558 milhão”, queixou-se Bete, classificando a situação como “herança maldita”.
Em agosto, Bete irá a Brasília apelar à solidariedade dos parlamentares. Inocêncio Oliveira (PR) deverá ser o principal apoio, mas ela espera contar também com o governador Eduardo Campos (PSB), com quem tentará audiência na próxima semana. “Ele tem me ajudado muito. Está iniciando obras da adutora do Brejão e demonstou interesse em viabilizar a reestruturação do Parque Industrial”, cometou a prefeita.
RENATA BEZERRA DE MELO (FOLHA DE PERNAMBUCO)
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