segunda-feira, 6 de julho de 2009
Parteiras se encontram no Agreste
Mostrar a importância das parteiras tradicionais do Agreste pernambucano é um dos objetivos dos idealizadores do primeiro encontro, intitulado “Julho: Mês da Visibilidade das Parteiras Tradicionais”. O evento vai acontecer, em Caruaru, de hoje até o dia 25 deste mês, na Câmara de Vereadores. As reuniões, debates e palestras serão realizadas sempre aos sábados, para que todos os interessados possam comparecer.
O encontro servirá para se debater temas relacionados com a humanização e qualidade na assistência ao parto domiciliar com a inclusão e o reconhecimento das parteiras como força de trabalho em Saúde Pública. “Queremos que a população de Caruaru e da região tome consciência de que existe um grupo de parteiras atuando no Agreste. Além disso, vamos discutir a importância de se ter filho de parto normal. É bom para as crianças e para as gestantes, que não correm risco, por exemplo, de adquirir uma infecção hospitalar. Sem falar na rapidez da recuperação”, explicou Josefa de Carvalho, mais conhecida como Zefinha Parteira. Ela exerce o oficio há 42 anos e é a presidente de honra da Associação das Parteiras Tradicionais do Agreste.
Embora a procura pelo serviço das parteiras seja pequena, na associação que já funciona há 16 anos, tem 52 mulheres capacitadas para realizarem parto normal. De acordo com a presidente de honra, a falta de informação e de apoio governamental são os principais obstáculos entre as gestantes e as técnicas. “Realizamos apenas cinco partos por mês”, lamenta Zefinha.
O encontro que começa hoje servirá para quebrar o obstáculo e mostrar todos os benefícios de se ter filhos em casa, na companhia de uma parteira. É isso que espera as mulheres da associação do Agreste, que, além de Caruaru, atende 33 municípios. “Queremos ser procuradas pelas grávidas. Elas precisam saber todos os benefícios e também a segurança que se tem ao realizar um parto natural”, disse Zefinha.
Hoje, a primeira palestra será com a técnica da Gerência de Atenção Básica da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Lilian Sampaio de Barros, por volta das 9h30. Ela vai mostrar a sociedade caruaruense como funciona o Programa Estadual das Parteiras Tradicionais. Depois, às 19h30, será a vez de Paula Viana, do Grupo Curumim, explicar o Plano de Ação, elaborado no encontro Estadual das Parteiras Tradicionais, em maio deste ano.
Novidade
Segundo Josefa de Carvalho, o encontro também vai servir para planejar a abertura, no dia 15 de agosto, da Casa da Parteira, na Vila Padre Inácio, em Caruaru. “Vamos deixar um funcionário durante 24h para atender os chamados das gestantes”, contou. Além da central de atendimento, vai existir, no local, um espaço para reuniões entre os casais e também de preparação psicológica para o parto. “Queremos deixar as futuras mamães tranquilas antes do parto. Se o pré-natal foi bem feito, e nele não foi notado problemas, não há motivos para ter medo do parto normal”, contou.
NÚMEROS
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de Caruaru, de janeiro a maio deste ano foram realizados 217 partos normais. Já os partos domiciliares - realizados por parteiras - registrados de janeiro a junho chegam a marca dos 23. A assessoria ainda informou que o município trabalha para que o número de procedimentos normais aumente, já que o custo é bem menor em relação ao cirúrgico, além de oferecer menos risco as gestantes.
DIEGO MENDES (FOLHA DE PERNAMBUCO)
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