Serão enterrados nesta quarta-feira (8) os corpos dos agricultores assassinados em Brejo da Madre de Deus, no Agreste pernambucano. Eles foram executados quando trabalhavam na construção de uma casa em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na última segunda-feira (6).
Policiais da Companhia de Operações da Caatinga foram enviados para dar proteção às 30 famílias do assentamento Chico Mendes, onde ocorreu a chacina. Os agricultores estão com medo. “Nunca tinha acontecido isso, ficamos nervosos e os moradores também, por isso pedimos policiamento”, afirma o agricultor José Antônio Vié. “Muita gente queria ir embora, eu não. Tenho minha parcela, estou criando, trabalhando, produzindo. Tenho que esperar”.
Na sede da fazenda, o delegado especial encarregado de investigar os homicídios, Sérgio Moura, ouviu depoimentos dos moradores. De acordo com o levantamento feito pela polícia, seis homens trabalhavam na construção da casa do presidente da Associação dos Agricultores do Assentamento Chico Mendes, João Pereira da Silva, quando dois homens em uma moto, usando capacetes, chegaram, anunciaram um assalto, mandaram que as vítimas se deitassem e as executaram com tiros na cabeça.
O pedreiro Olímpio Cosme Gonçalvez, 50 anos, estava no primeiro dia de trabalho, quando foi assassinado. Também foram executados, os agricultores Juarez Cesário da Silva, 20 anos, Natalício Gomes da Silva, 36 anos, e José Angelino Gonçalves da Silva, 43 anos, que moravam no assentamento Lago Azul, em Caruaru. Eriosvaldo Francisco da Silva, que passava na hora, levou um tiro de raspão no ombro e já recebeu alta.
A polícia ainda não sabe o que motivou o crime. “A principal hipótese é de homicídio, a causa agrária não é a principal linha de investigação, porque o assentamento aqui já é consolidado há nove anos. Não ignoramos essa possibilidade, mas ela é a mais frágil até o momento”, disse o delegado Sérgio Moura.
Da Redação do pe360graus.com
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