Nos próximos sete anos, 33 mil jovens entre 12 e 18 anos poderão morrer assassinados nos 267 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. A conta, apresentada nesta terça-feira (21) em um estudo preparado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), mostra ainda que, nessas cidades, a cada mil adolescentes de 12 anos, dois devem morrer de forma violenta antes de chegar aos 18.
Esse índice, no entanto, sobe muito quando se analisa as 20 cidades com maiores taxas de mortalidade jovem no País. Em primeiro lugar aparece Foz do Iguaçu (PR), em que 9,7 a cada mil jovens de 12 anos devem morrer antes dos 18. Em segundo lugar está Governador Valadares (MG), com 8,5 por mil. Entre as capitais, a primeira é Maceió (AL), que aparece em 9º lugar, com 6 por mil, seguida por Recife (PE), com a mesma taxa. No entanto à capital pernambucana se somam cidades da sua região metropolitana, como Olinda (4ª colocação) e Jaboatão dos Guararapes (8ª). São Paulo aparece apenas na 151ª posição e é a 24ª entre as capitais. De acordo com os autores do estudo, essa colocação da capital paulista é por conta da redução nas taxas gerais de mortalidade ocorridas desde 2001.
"O perfil desse jovem que morre assassinado é negro, de baixa escolaridade, morador de área carente. Um jovem negro tem 2,6 vezes mais chances de morrer assassinado que um branco; um homem adolescente, 12 vezes mais chances que uma menina", explicou Ignacio Cano, pesquisador da Uerj responsável pelo índice.
O representante adjunto do Unicef no Brasil, Manuel Bunovich, afirma que o Brasil desperdiça o investimento feito em anos de redução de mortalidade infantil com as mortes na adolescência. "Entre 1990 e 2007, o número de mortes até cinco anos caiu de 137 mil por ano para 51 mil por ano. Mas 65% desses jovens estão deixando de morrer na infância para morrer na adolescência", afirmou.
Fonte: AE
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