sexta-feira, 27 de março de 2009

Mendonça citado na Castelo de Areia


O ex-governador e presidente estadual do DEM, Mendonça Filho (DEM), teve seu nome citado nas investigações da Polícia Federal, por supostamente ter recebido uma contribuição ilegal de R$ 100 mil para sua campanha à Prefeitura do Recife, no ano passado. O dinheiro, segundo um documento encontrado durante a Operação Castelo de Areia, teria sido repassado por uma empresa do Grupo Camargo Corrêa. Mendonça nega que tenha recebido qualquer quantia de forma ilegal.


A suposta contribuição foi tratada em uma conversa por telefone, gravada pela PF, entre um homem conhecido por Fernando e Francisco Bianchi, funcionário da empresa, que está preso. No mesmo diálogo, os investigados teriam mencionado uma outra doação de R$ 300 mil ao PMDB de Salvador.


O documento não especifica, porém, se o Fernando é Fernando Dias Gomes, diretor da Camargo Corrêa, que já está detido, ou Fernando Botelho, um dos controladores do grupo. A empresa que teria enviado o dinheiro ilegal a Mendonça Filho seria a Cavo Serviços e Meio Ambiente, tradicional doadora de campanhas, que trata de resíduos, águas e fluentes.


Matéria publicada no site da revista Época informa - baseada em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - que a Cavo doou, em 2008, R$ 675 mil para candidatos e comitês financeiros. Nessa relação, entretanto, não consta nenhuma doação a Mendonça ou ao comitê financeiro do diretório do DEM no Recife.



RESPOSTA
Por telefone, Mendonça Filho negou as acusações. “O que recebi da Camargo Corrêa foi uma doação de R$ 300 mil que posso comprovar com os recibos”, defendeu-se o ex-governador. Em nota de cinco tópicos enviada à Imprensa, ele destaca que “a doação foi feita dentro dos princípios previstos pela Lei Eleitoral, através do diretório nacional do partido para o municipal”. O valor repassado, segundo o democrata, foi dividido em duas parcelas de R$ 200 mil e RS 100 mil, respectivamente. Na nota, estavam anexadas todas as doações que o ex-candidato recebeu. Há mais um registro de recebimento de R$ 200 mil e R$ 100 mil do diretório nacional. O valor total arrecado foi R$ 2,2 milhões.


“Mendonça Filho reafirma o respeito às instituições como a Polícia Federal e a Justiça Federal, essenciais para o processo democrático. No entanto, lamenta o desvio do foco das investigações que, no caso específico, deveria ser o uso de verbas públicas, através de licitações fraudulentas e superfaturamento e financiamento ilegal de campanhas”, diz o quarto tópico da nota, assinada pela assessoria de comunicação do ex-governador. Mendonça vai acionar a Justiça se sentir que sua imagem foi arranhada. Fonte:ARTHUR CUNHA (FOLHA DE PERNAMBUCO)

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