domingo, 29 de março de 2009

Justiça Federal liberta diretores da Camargo Corrêa

O TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região concedeu neste sábado (28) habeas-corpus para dez presos durante a Operação Castelo de Areia, da PF (Polícia Federal). Foram beneficiados os diretores da Camargo Corrêa Pietro Francesco Giavina Bianchi, Fernando Dias Gomes, Dárcio Brunato e Raggi Badra Neto, as secretárias Darcy Flores Alvarenga e Marisa Berti Iaquinto. Também serão libertados os supostos doleiros José Diney Matos, Jadair Fernandes de Almeida, Kurt Paul Pickel e Maristela Sum Doherty.

Até as 13h30, os acusados ainda permaneciam na carceragem da PF em São Paulo. Eles devem ser libertdaos até o início da noite de hoje.

A operação foi deflagrada pela PF na última quarta-feira. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), a investigação encontrou pelo menos uma obra superfaturada pela Construtora Camargo Corrêa e doações ilegais para partidos políticos, sem que seja possível afirmar, no momento, os beneficiários dos recursos. "As interceptações telefônicas autorizadas judicialmente indicam que pelo menos três partidos receberam doações", de acordo com nota do MPF.

Foram cumpridos dez mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo, conforme decisão do juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

O caso começou a ser investigado após uma denúncia anônima recebida pela PF em janeiro de 2008. A partir daí, descobriu-se uma sofisticada quadrilha que movimentava dinheiro suspeito por meio de um esquema que inclui operações de câmbio conhecidas como dólar-cabo, empresas de fachada e transferências bancárias com aparência de legalidade.

Para esconder o conteúdo das conversas, os empresários utilizavam códigos com nomes de animais como camelo, girafa, canguru e gaivota, para falar com os doleiros. Os termos seriam, inclusive, de conhecimento das secretárias dos diretores. Duas delas tiveram a prisão temporária decretada por participação na quadrilha.

Os principais crimes investigados são evasão de divisas, operação de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações, delitos que somados podem chegar a 27 anos de prisão.

Diversos clientes dos doleiros investigados foram também identificados e podem responder por crime de evasão, que chega a 6 anos de prisão. A PF informou que serão instaurados inquéritos policiais para apurar suas condutas.



Fonte: Diário do Grande ABC

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