Mais da metade dos leitos ocupados por pacientes dos hospitais públicos da Região Metropolitana do Recife está acomodada de forma inapropriada. O dado foi revelado nesta quarta-feira (16) por entidades médicas em entrevista coletiva na sede do Conselho Regional de Medicina (Cremepe).
De acordo com o diagnóstico, apenas 191 leitos ocupados pelos pacientes da Região Metropolitana do Recife são oficiais - com camas instaladas em salas próprias. Os outros 297 são improvisados em macas, macas de ambulância (que deveriam ser usadas apenas para transporte dos doentes), cadeiras e papelões no chão.
A fiscalização aconteceu na noite dessa terça-feira (15) por Membros do Cremepe, do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e da Associação Médica do Estado (AMPE). "Antigamente, a fila de espera era só externa. Hoje ao lado dela, temos a interna. São pacientes dentro do hospital aguardando dias, semanas e até meses", diz o presidente do Simepe, Antônio Jordão. "Deveriamos ter cerca de mil leitos nas UTIs do Estado e temos apenas 400", completa.
Uma dos fatores que motivou a análise da estrutura da saúde no Estado foi a proposta de mudança na gestão do Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes e das Unidades de Pronto Atendimento (UPA´s) - em Olinda, Paulista e Igarassu. A pretenção do governo é passar a administração dessas unidades para as mãos de Organizações Sociais.
Na opinião da classe médica, a passagem de instituições públicas para gerências terceirizadas seria uma repetição de outras deficiências. "O Hospital do Câncer de Pernambuco, antes administrado pela iniciativa privada, deixou um défict superior a 20 milhões e o Estado teve que intervir para resolver a situação", lembra o presidente do Cremepe, André Longo. "A gestão do Imip no Hospital Dom Malan em Petrolina rompeu contrato com a prefeitura e até hoje há médicos e funcionários sem receber os salários", completa o presidente do Simepe, Antônio Jordão.
Do JC Online
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