terça-feira, 22 de setembro de 2009

Deputados repudiam pensão a gays


A 8ª Parada da Diversidade de Pernambuco deu o mote do debate da Assembleia Legislativa, na sessão relâmpago da tarde de ontem. O anúncio feito pelo líder governista, deputado Isaltino Nascimento (PT), no evento do último domingo, que garantiu o direito previdenciário aos companheiros (as) de homossexuais, foi repudiado pelo deputado Pastor Cleiton Collins (PSC). O social-cristão discorda da normativa do Palácio do Campo das Princesas, alegando que a união entre homossexuais não é legalmente reconhecida. “Queremos leis que beneficiem a todos. Estou contra a pensão porque não existe juridicamente o reconhecimento do casamento homossexual”, disse o deputado, que é pastor da Assembleia de Deus do Ministério de Madureira, desde 2001.


Em contraposição à criação da Frente Parlamentar suprapartidária LGTB, formada por 16 deputados estaduais, Cleiton Collins anunciou a busca por assinaturas de seus pares para compor a Frente Parlamentar em Defesa da Família. “Vamos fazer algo equilibrado, que não tenha polêmica. Isaltino Nascimento está propondo a Frente LGTB para passar, assim como outras medidas, como se fossem feitos afagos. É a aceitação de um momento específico”, contou.


Porém, até o final da tarde de ontem, Collins havia conseguido apenas três assinaturas - Pedro Eurico (PSDB), Dilma Lins (DEM) e Manoel Ferreira (PMDB). Mas o próprio Isaltino confirmou que assinará a iniciativa. “A luta dele não é em defesa da família? Então, estou com ele, serei a favor também”, confirmou. Na tribuna, Pedro Eurico considerou o ato de domingo como “um culto ao espetáculo e escândalo”, além de “antipedagógico”. “A parada deveria ser menos agressiva, revoltada e raivosa. Da maneira como está sendo feita, não concordo”, ressaltou.



CÂMARA
Na Câmara Municipal do Recife, a defesa da família também foi utilizada como o principal argumento para as críticas deferidas à realização da Parada da Diversidade. O vereador André Ferreira (PMDB), representante da Igreja Assembleia de Deus, fez um duro discurso contra a manifestação, alegando que ela não pode ser considerada normal e que não traz benefício algum à sociedade. “Não é normal ver dois homens ou duas mulheres se beijando... Deus criou Adão e Eva e não Adão e Adão! A Parada Gay não ajuda à sociedade”, bradou o peemedebista.


O vereador Daniel Coelho (PV), que prestigiou o evento, domingo, saiu em defesa do movimento. “A Parada é uma demonstração de democracia e respeito do cidadão recifense à opção sexual de cada indivíduo”, assinalou.

Jairo Lima e
Gilberto Prazeres(folha de pernambuco)

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