BRASÍLIA - A ministra da Casa Civil e pré-candidata à presidência da República, Dilma Rousseff (PT), pode se preparar para enfrentar até aliados de “peso” nas eleições de 2010. Ontem, em entrevista coletiva, o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deixou claro que o cenário atual aponta para uma candidatura presidencial do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). A análise é por conta da última pesquisa CNI/Ibope sobre a corrida pela presidência, onde Ciro aparece empatado com Dilma, ambos com 14%, e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lidera com 34%.
Nesse caso, seriam duas as postulações das siglas governistas, tese defendida pelos socialistas em detrimento do entendimento do presidente Lula (PT), que queria unidade em torno dos petistas. “É muito cedo (para avaliar). O resultado da pesquisa é uma fotografia. Estamos muito distantes do processo eleitoral. (A amostragem) dá força (para Ciro). (...) Ele (Ciro) tem muito pulmão para ir (disputar o cargo). O presidente Lula está feliz (com esse resultado)”, afirmou, avaliando que a colocação dos governistas demonstra a fragilidade dos oposicionistas. “A oposição vem perdendo pontos nas pesquisas. Eles estão perdendo espaço”, asseverou.
Para Campos, a senadora Marina Silva (PV-AC), também aspirante ao Planalto, é uma legítima representante das forças que governam o País. Ele só tergiversou quando questionado a respeito do grupo político partidário a que ela está vinculada atualmente. “A Marina está mais próxima do nosso campo. Quem vota nela, vota pensando no governo atual. Quanto ao grupo dela, eu não sei...”, disse.
Ontem, antes de participar do evento Pré-Sal e O Futuro do Brasil, o governador conversou por cerca de cinco minutos com o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). O PSB tem a vice-prefeitura e os dois partidos negociam um acordo para apoiar o tucano na disputa pelo Governo do Paraná.
INOCÊNCIO
Muito ligado ao governador pernambucano, o deputado federal Inocêncio Oliveira (PR) esteve presente ao evento sediado em Brasília. Por sinal, foi o único dos parlamentares federais do Estado a acompanhá-lo. Mostrou que não há mais ressentimentos quanto à formação de chapas de candidatos e fez questão de dizer aos jornalistas que Campos sempre faz leituras bastante corretas das amostragens eleitorais. “Já está jogando bola?”, perguntou Eduardo, num momento de descontração, referindo-se à recente cirurgia no joelho a que se submeteu o republicano. “Quase isso”, respondeu Oliveira, aos risos.
PAULO MARINHO
Enviado especial(folha de pernambuco)
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