segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Eduardo só vê “remendo”


O governador Eduardo Campos (PSB) criticou, ontem, a minirreforma eleitoral, aprovada na Câmara quarta-feira passada. Para o socialista, o único avanço da matéria, que regulamentará as eleições de 2010, foi a flexibilização para uso da Internet. O restante das mudanças, segundo Eduardo, foram “remendos”. “Afora a liberdade para que se possa utilizar a Internet como um espaço de divulgação de ideias, o que houve foram remendos. Não houve nenhuma mudança substancial. O Brasil ainda precisa de uma legislação eleitoral que faça a reforma que nós queremos”, destacou Campos, que ontem prestigiou o Grande Prêmio Governador do Estado, no Jóquei Clube de Pernambuco.


Eduardo Campos cobrou uma reforma que proteja o sistema eleitoral de ingerências políticas e dos grandes conglomerados econômicos. “Precisamos de uma reforma que blinde o sistema eleitoral do abuso de poder político e do poder financeiro. Que possa abrir espaço para o debate de ideias, para que a gente possa consolidar um sistema à altura da maturidade da democracia brasileira. Infelizmente, de 1982 para cá, todo ano muda a lei eleitoral da eleição seguinte”, ressaltou.


A mudança “substancial” pedida pelo governador de Pernambuco deve ficar para a próxima legislatura. Ele afirmou também ser um “débito” do Congresso com o País a realização de uma reforma tributária. “Já não vejo mais horizonte para ser feito neste atual mandato. Acho que deve ser um compromisso do futuro Congresso Nacional. O Brasil não tem como ficar com esse sistema tributário que está aí. O Brasil voltou a crescer, vai ter um belo ano de 2010. E a gente não tem mais como justificar ao mundo que quase toda América Latina fez sua reforma tributária, e o Brasil não tem, ainda, uma reforma tributária à altura da importância do País”, lamentou.


Por fim, o governador também criticou o fato de, muitas vezes, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) legislar na brecha deixada pelo Poder Legislativo. “É fundamental que tenhamos uma legislação consolidada sobre as eleições para não ficar, à cada pleito, uma nova legislação ou o TSE legislando no lugar do Poder Legislativo. O que é pior ainda”, argumentou Eduardo Campos, que ontem ainda participou da abertura do 25° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.


Hoje, às 8h30, no Quartel do Derby, o socialista estará na formatura dos 1.832 PMs que irão trabalhar na Região Metropolitana do Recife. Às 15h30, ele receberá o diplomata Yves Lo-Pinto, cônsul-geral da França, no Palácio das Princesas.

ARTHUR CUNHA(folha de pernambuco)

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