quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Polícia investiga agressão sofrida por jornalista no Recife
A polícia investiga o caso de um jornalista do Diario de Pernambuco agredido por dois rapazes que teriam se apresentado como filhos do vereador Luiz Vidal (PSDC), que morreu no último sábado (26). O motivo da agressão seria o conteúdo de uma reportagem escrita sobre a morte do político.
De acordo com o jornalista Rafael Dias, 25 anos, ele não teve chance de se defender. Assim que chegou à portaria do Diário de Pernambuco, foi surpreendido com a agressão. “Por volta das 20h, eles pediram para que o porteiro me chamasse do lado de fora. Quando procurei me certificar se era eu quem eles procuravam, eles não me deram nenhuma chance de reação. Eu levei logo um murro, um golpe”, explica o jornalista.
Dias foi esmurrado na portaria do prédio do Diario de Pernambuco, na noite da última segunda-feira (28). Uma repórter e um fotógrafo, além de dois seguranças teriam presenciado o crime.
Na reportagem escrita por Rafael Dias, foi dito que o vereador poderia ter sido vítima de uma doença degenerativa, transmitida pelo consumo de carne estragada ou pela transfusão de sangue contaminado, que ficou conhecida como “mal da vaca louca".
“A matéria segue todos os preceitos básicos do jornalismo, procuramos a família, os médicos e passou por mim a matéria e não tem nada que atinja a imagem do vereador - é uma atitude que viola completamente a liberdade de expressão”, explicou a diretora de redação do Diario de Pernambuco, Vera Ogando.
O jornalista foi socorrido para um hospital e depois seguiu para a delegacia de Santo Amaro para prestar queixa. Ele está com o lábio e o nariz inchados e não foi ao trabalho nesta terça-feira (29). Em casa, Rafael Dias afirmou que ficou indignado com a situação, disse que foi surpreendido e não teve chance de defesa. Ele quer a punição do culpado.
O delegado João Dantas, da Delegacia da Boa Vista, vai abrir inquérito para apurar o caso. De acordo com ele, os suspeitos serão autuados por crime de lesão corporal. Ele disse ainda que vai pedir uma perícia no repórter para ver o grau da lesão. O delegado condenou a agressão e afirmou que, se os rapazes se sentiram ofendidos com o texto, poderiam ter usado “meios legais” para pedir punição ao jornalista. “Nós vamos identificar essas duas pessoas e eles irão prestar esclarecimento, motivo da agressão. Depois mandar as informações para a justiça”, explica o delegado João Dantas.
Nesta terça-feira (29), a viúva do vereador, Beatriz Vidal, disse que não aprova a atitude dos rapazes e que ela mesma vai se encarregar de encaminhar os filhos à delegacia para que possam ser ouvidos e respondam pelo ato. Mas afirmou que essa reação foi provocada pelo dor que os filhos sentiram ao ler no jornal uma matéria que ela classificou como irresponsável e imprudente
“Vamos levá-lo aonde é de direito para que ele responda pelos atos dele. Mas acreditamos que tem dois lados nessa questão: uma é a dor de uma família que abre o jornal 24 horas depois do sepultamento e vê a história de uma geração comprometida por uma afirmação que não é científica, de que a doença seria contagiosa e hereditária. Meu filho teve uma dor muito forte e acredito que a agressão foi devido a isso”, comenta Beatriz Vidal.
Da Redação do pe360graus.com
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