sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Campos: PSB não deixará PT isolado
Presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos garantiu, ontem, que seu partido continuará apoiando o PT na decisão de pedir urgência na votação dos quatro projetos que regulamentam a exploração da camada do pré-sal, enviados na última terça-feira à Câmara Federal. “Já falei com o Rodrigo (Rollemberg, líder socialista na Casa) para mantermos nossa posição a favor da urgência”, revelou o governador, que, pela manhã, comunicou sua posição ao presidente Lula (PT), de quem é aliado. Com o gesto, o PSB salvou o PT do isolamento, já que outros partidos da base aliada - a exemplo do PMDB, PR, PP e PTB - recuaram e pediram a queda do regime de urgência.
Eduardo Campos, que na última terça-feira discursou em Brasília cobrando a divisão igualitária dos royalties a serem pagos pela exploração do pré-sal, voltou a defender a sua tese. “Esse debate da distribuição dos royalties não é para um próximo mandato, é para daqui a dez anos. Não é possível que daqui a dez anos a gente chegue a conclusão que não teve alguém neste tempo para defender uma tese que pudesse fazer uma distribuição mais justa”, destacou.
Quanto a uma eventual rusga com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), que chamou a posição do socialista e outros nordestinos de “bravata regionalista”, Eduardo Campos disse que não está preocupado em agradar. “Ou resolve na conversa ou vai resolver no voto. Não vejo como três estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo) e 200 municípios ganharem para 24 estados e cinco mil municípios. Se alguém encontrar essa fórmula vai ser uma novidade”, ironizou o governador, lembrando que os estados produtores já são beneficiados.
“Um terço dos poços estão concedidos na velha regra (que favorece os estados produtores). Dois terços (restantes) não podem ter cálculo de uma visão que não compreenda o País. Não se deve fazer um debate do velho regionalismo, mas também não se pode fazer um debate do velho centrismo. Por que alguns levam tudo e outros nada?”, questionou Eduardo Campos.
ARTHUR CUNHA (FOLHA DE PERNAMBUCO)
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