quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Assentamento do MST no Paraná produz e exporta cachaça para a Europa


Acabou o tempo em que o único objetivo dos sem-terra era o cultivo destinado somente à subsistência. Hoje, de olho no mercado, famílias de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) investem na produção agroecológica e exploram até potencial de exportação de seus produtos.


É o caso da cachaça da marca Camponesa, que é produzida no Assentamento Santa Maria, em Paranacity (PR), onde vivem 21 famílias – cerca de 70 pessoas - que formam a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Ltda (Copavi). Parte da produção anual de 10 mil litros da cachaça é exportada para a França, além de ser vendida também em todo o Brasil.


Valmir Stronzake, membro do Conselho Administrativo do Assentamento Santa Maria, explica que a fabricação de cachaça começou em meados de 2002 e foi legalizada em 2005. Só com a cachaça, o assentamento fatura em média entre R$ 40 mil e R$ 50 mil ao ano.


“Primeiro, nós começamos a fazer açúcar mascavo, mas as famílias de alguns trabalhadores daqui tiveram experiência em produzir cachaça no passado, então nós adaptamos um alambique e depois fomos fazendo melhorias aos poucos”, diz Stronzake.


Por cada garrafa de cachaça vendida no Brasil, o assentamento recebe R$ 4,50. O produto para exportação rende R$ 6,00. “Esse é o valor que recebemos sem impostos, que gira em torno de 40% a mais no preço. O imposto é muito alto.”



Luciana Rossetto
Do G1, em São Paulo

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