Brasília - Os primeiros efeitos da crise econômica não abalaram, até o momento, a gigantesca popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao contrário. Pesquisa divulgada ontem pela CNT/Sensus revela que o presidente Lula bateu, mais uma vez, os recordes de aprovação pessoal e do seu governo. Escolhida pelo presidente Lula para sucedê-lo em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, começa a pegar carona na visibilidade que tem tido no governo e registrou um aumento em todas as pesquisas de intenção de voto.
Em janeiro, o governo Lula alcançou 72,5% de avaliação positiva e 5% de negativa. No mês anterior, o índice positivo era de 71,1% e o negativo, 6,4%. A avaliação otimista ocorreu no desempenho pessoal do presidente da República. Ao todo, 84% dos entrevistados aprovaram o desempenho de Lula em janeiro e apenas 12,2% desaprovaram. Em dezembro de 2008, a aprovação pessoal era de 80,3% enquanto a desaprovação chegava a 15,2%. "O presidente se transformounuma espécie de âncora da esperança", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, que patrocinou o levantamento.
Pela primeira vez, a pesquisa aponta os sinais da crise do cotidiano das pessoas. Os 2 mil entrevistados das cinco regiões do país disseram que, nos últimos seis meses, ficou mais difícil conseguir um emprego ou melhorar de renda.
O número de pessoas que afirmaram ter piorado as oportunidades de emprego (38,57% dos entrevistados) ultrapassou o daquelas que afirmam ter melhorado (32,7% do total). Ao mesmo tempo, a expectativa de que nos próximos seis meses a situação dos empregos vai melhorar subiu de 47,3% em dezembro para 51,1% no mês passado.
Por essa razão, segundo a pesquisa, metade dos entrevistados topa fazer o sacrifício de reduzir a jornada de trabalho com a consequente perda de parte do salário como forma de as empresas enfrentarem a crise financeira. Apenas 38,9% são contrários a essa mudança. E, seguindo a cartilha que o presidente Lula vem adotando até agora, 74,2% são favoráveis a abertura de linhas de crédito para as empresas passarem pela tormenta econômica.
Eleição - A pesquisa também indicou que há três tendências para a corrida presidencial de 2010. A primeira é a queda nas intenções de voto dos presidenciáveis do PSDB, os governadores José Serra e Aécio Neves. A segunda é um leve aumento da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ungida por Lula para sucedê-lo. E a terceira é o aumento no número dos indecisos, uma indicação, segundo o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, de que o eleitorado está "racionalizando" suas escolhas.
A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. "Há um relativo aumento de Dilma Rousseff, embora ainda pouco diante da visibilidade que ela está tendo", avalia o diretor do Sensus, para quem esse crescimento se aproxima do piso do eleitorado petista
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