quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Servidores terão recursos para comprar casa própria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou ontem a Caixa Econômica Federal a emprestar recursos para a compra da casa própria, em operações de crédito consignado (com desconto em folha de pagamento), que têm juros mais baixos, a servidores públicos municipais e estaduais. A decisão foi anunciada durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, que aberto ontem por Lula, e tem potencial para beneficiar pelo menos 5,28 milhões de trabalhadores. Essa é a quantidade de funcionários a serviço das prefeituras, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje, só servidores federais têm direito a empréstimo consignado. Ao ampliar a lista, o governo pretende estimular a economia e, principalmente, a construção civil, um setor fortemente empregador.

Esse objetivo norteia as outras medidas divulgadas aos prefeitos (veja quadro ao lado). Lula deixou claro que não faltará dinheiro para a execução de obras em infraestrutura e programas sociais. A ideia é conclamar os governantes municipais a ajudar na reação à crise, evitando uma desaceleração acentuada da atividade econômica e a piora de indicadores em áreas como saúde e educação. Se o roteiro traçado no Palácio do Planalto for cumprido, o presidente avalia que manterá o alto nível de aprovação popular do governo, o que é fundamental para a competitividade da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na eleição presidencial de 2010.

Em discurso na abertura do encontro, Lula disse que a estratégia, se implantada, renderá pelo menos dois dividendos. Um deles é impedir a desaceleração acentuada da atividade econômica e a piora dos indicadores sociais. O outro é aumentar as chances de os atuais governantes colherem vitórias nas próximas eleições. Para sustentar a tese, o presidente afirmou que 40% dos prefeitos foram reeleitos em 2008. Declarou ainda que metade dos 60% restantes teria vencido a disputa graças ao apoio do antecessor. "Nunca antes na história deste país, foram reeleitos tantos prefeitos. Por quê?O que aconteceu é que os prefeitos nunca tiveram a quantidade de políticas sociais e de obras públicas como nos últimos anos", disse Lula. O Palácio do Planalto trabalhou desde o ano passado na organização do encontro. A prioridade sempre foi impedir que a mudança no comando dos municípios provocasse a interrupção de obras e programas sociais. Não foi à toa.

O presidente sabe que a interrupção, além de prejudicar a população, pode minar o alto nível de aprovação popular do governo e dele próprio, considerado um trunfo para fazer da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente do país em 2010. Dilma se sentou na mesma fileira de Lula ontem. Não discursou na solenidade inaugural. Hoje, no entanto, terá papel de protagonista ao discorrer sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Nós cortaremos o batom da dona Dilma e o meu corte de unha, mas não cortaremos uma obra do PAC", prometeu o presidente. "Neste ano, as obras terão de andar mais de pressa devido à crise. Elas serão intensificadasporque precisamos gerar empregos nas cidades", reforçou o presidente.

Fonte:DIARIO DE PERNAMBUCO

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