domingo, 22 de fevereiro de 2009



Ouso escrever sobre um assunto que vem me causando indignação, tristeza e perplexidade. Confesso que muitas vezes recuei e rasguei ou deletei o que havia escrito. Hoje, porém, decidi não parar. Tenho presenciado, nesses últimos anos, fatos que me fazem meditar nas madrugadas. Quase todos estão ligados à forma como nossa juventude tem perdido a vida.
Refiro-me às muitas vezes em que, chegando às Missas, percebo a presença de pessoas com fotos, principalmente de jovens estampadas em blusas, lamentando o fim de mais um amigo vitimado pelos acidentes de motos e carros ou por mortes violentas. Presenciei, muitas vezes, grandes cortejos. Amigos em motos, cavalos, carros, levando um colega jovem para a última morada.
É triste ver isso. Jovens, no auge da vida, sendo levados embora. Muitas vidas jovens estão sendo ceifadas no Brasil e no mundo. Mas, minha preocupação maior é com Santa Cruz do Capibaribe onde sempre estamos vendo essas coisas acontecerem. Famílias são desfeitas, filhos se vão, deixando mães e pais que passarão o resto de suas vidas lembrando tragédias. São dores que se eternizarão. Acredito que está mais do que na hora de pensarmos nisso e fazermos alguma coisa para que isso diminua. Pelo menos é preciso que alguém grite e alerte.
Coisas e acidentes acontecem com qualquer um a qualquer hora. Ninguém está imune a nada. O saldo trágico dos finais de semana, principalmente, é o que me causa essa indignação e provocou esse comentário que considero como sendo um medo que tenho. Quando menos espero, as conversas, as rádios, os blogs me enchem de noticias que gostaria de nunca ter ouvido. Meu Deus, o que vemos é muita gente perdendo a vida por nada.
O que percebo é que a nossa juventude vem perdendo a noção do sério e leva a vida de qualquer forma, como se nunca tivessem que enfrentar situações adversas. Por terem nas mãos o maior de todos os tesouros, se sentem donos do mundo, dos seus destinos e agem como se nunca fossem ter que prestar contas nem ao tempo nem a ninguém. É sempre aquela procura incessante por algo que nem sempre sabem o que é. Procuram viver o hoje como se nunca fosse haver o amanhã.
É uma verdadeira geração que está perdendo e seu tempo por falta, justamente, dessa consciência. O que farão se viverem o hoje sem metas e objetivos? Muitos estão perdendo o que têm de mais precioso que é a vida, mergulhados em mundos e opções que não levam a nada e a lugar nenhum, a não ser ao perverso mundo dos desenganos e das depressões.
Naturalmente, existem exceções belíssimas nesse contexto. São exemplos que deveriam ser seguidos e objetivos que deveriam ser perseguidos. São jovens que estabeleceram metas e conquistaram o seu lugar na sociedade. Em todas as Igrejas, quer sejam Católicas ou Evangélicas, e mesmo sem ligação direta com elas, encontramos jovens que são sucesso em todos os aspectos.
Não quero parecer um acusador ou querendo parecer alguém acima das coisas. Quero é que a nossa sociedade atente para os fatos que têm levado tantos jovens. Quero alertar para que haja uma preocupação maior por parte de todos. É possível estar livre se quisermos ser livres. Não tenho a pretensão de culpar ninguém. Mas, parece que está sendo mais fácil usar velhos chavões que dizem que jovem não quer nada, que a juventude é alienada, do que fazer algo que chame à atenção para a vida.
Nesta cidade promovem-se eventos de todos os tipos, principalmente aqueles nos quais o álcool é o convidado mais ilustre. Precisamos oferecer aos jovens algo mais concreto, mais cultura, mais educação e acima de tudo, mais DEUS.

PUBLICADO PELO PROFESSOR JORGE RODRIGUES

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