quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mãe e filha sequestrada em hospital vão para casa em SP


Último capítulo de novela sempre tem final feliz. Com a história de Luana Aparecida Pereira, de 26 anos, e sua filha Isadora, recém nascida, não foi diferente. Após ser levada do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, na Zona Leste de São Paulo, na terça-feira (4), por uma adolescente de 15 anos disfarçada de enfermeira e ser recuperada seis horas depois, mãe e filha foram para casa na tarde desta quarta-feira (5).

A história delas pode estar mais para minissérie do que para novela, mas a mistura de sentimentos que Luana experimentou e os elementos da trama, com direito a disfarce, polícia e rapto de bebê, não deixam nada a dever a qualquer folhetim.

“Fiquei com raiva, lógico, magoada, mas agora perdoei porque sei que ela sentiu exatamente o que eu senti”, diz a mãe.

Exatamente o que as duas sentiram foi a dor de perder um filho. A adolescente que levou Isadora da maternidade passou por dois abortos antes de se disfarçar de enfermeira e fugir com o bebê. "Ela passou o dia inteiro comigo no local, falou que era estagiária e estava cuidando do bebê", conta Luana, que em momento algum suspeitou da adolescente.

Ali, no quarto 209, no segundo andar da maternidade, ela deu sua filha para que a falsa estagiária de enfermagem carregasse no colo por alguns minutos. Quando percebeu, a adolescente já deixava o local com a menina dentro de uma bolsa. “Quando fiquei sabendo, voltei voando para o hospital”, diz o irmão de Luana, Fernando Juan Pereira.

Luana ainda gritou pela filha, mas a adolescente desapareceu com a menina. Pouco tempo depois, o jaleco branco que a jovem usava foi encontrado na estação Belém, do Metrô. O acompanhante de uma paciente do quarto ao lado diz que tentou filmar o momento em que os seguranças do hospital se deram conta do ocorrido, mas foi impedido. "Os guardas começaram a revistar todos os quartos, mas não encontraram nada", diz ele, que prefere não se identificar.

Agora a mãe de Isadora diz que quer apenas ir para casa e dar um banho em sua filha. Depois vai pensar no que fazer. Ainda não decidiu se vai procurar a Justiça.

Raiva? Luana diz que não. E aproveita para agradecer aos pais da adolescente que a levaram para a delegacia com Isadora no colo. Daqui pra frente, a história das duas cabe só a elas escrever.

Emilio Sant'Anna
Do G1 SP

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