quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Polícia começa a colher depoimentos do caso da adolescente morta por cães
A Polícia começou a ouvir os depoimentos sobre o caso da adolescente que morreu na última segunda-feira (31) depois de ser atacada por quatro cães, no Engenho Calugi, na zona rural de Goiana. O delegado de Goiana, Salustiano Albuquerque, ouviu dois vizinhos, uma empregada doméstica e o auxiliar administrativo do engenho.
O funcionário do engenho, Valmir Caetano, afirmou que os quatro cachorros, um da raça Rottweiler e três mestiços de Pitbull e Rottweiler, pertecem ao dono do engenho, Valmir Tavares. É o caseiro, que está de férias, quem cuida dos cães. O rapaz disse ainda que estranhou o ataque, porque, segundo ele, isso nunca tinha acontecido. “Fiquei surpreso. Nunca aconteceu isso não. Sempre teve cachorro lá e nunca teve isso.”
O dono do engenho também deve depor até o fim da semana. De acordo com o delegado Salustiano Albuquerque, os responsáveis pelo caso vão responder por crime de homicídio doloso, quando não há intenção de matar.
“O dono dos cães e também quem tinha a obrigação de cuidar deles, ou seja, o empregado, podem ser responsabilizados. Eles podem ser indiciados por homicídio culposo, que é quando não há intenção de matar. Foi um incidente. E ao que tudo indica não houve nenhuma intenção de que houvesse esse resultado. Portanto trata-se de um homicídio culposo, sem intenção”, afirmou o delegado.
O marido da vítima, Janiele Maria da Costa, trabalhava no engenho, onde eles moravam. Ela tinha 16 anos e um filho de seis meses de idade.
ENTERRO
A manhã foi marcada por muita comoção na cidade de Condado, também na Zona da Mata Norte. Em frente à casa onde mora os pais da adolescente de 16 anos, vizinhos e amigos acompanharam o velório. Com cartazes, eles pediram punição para os culpados. “Tem gente saindo do local com medo dos cachorros. A gente quer justiça”, afirmou José Galdino.
Eram 9h da manhã quando o corpo da adolescente deixou a casa da família. Os moradores acompanharam o cortejo até o cemitério da cidade.
CUIDADOS
A reportagem ouviu o comandante da Companhia da Polícia Militar, que usa cães das raças Rottweiler e Pitbull, para saber se é possível criar esses cachorros em casa. Segundo ele, o cão não pode ser criado sem responsabilidade. “O caso de Janiele ainda vai ser apurado, mas nós temos certeza que no ato da apuração será verificado que aquele cão teve seu instinto aguçado, já que, naturalmente, eles têm o instinto de guarda e também de defesa”, explica o major da Cipcães.
O major ainda lembra que os donos devem passear com o cão para torná-lo sociável. “A raça Pitbull pode ser criada em casa. Claro que devemos usar enforcador para ter o domínio do animal, além da focinheira para evitar o ataque.
O caso de Janiele não foi o primeiro em Pernambuco. Há quase dois anos ocorreu um episódio semelhante na cidade de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife.
Da Redação do pe360graus.com
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