sábado, 3 de outubro de 2009

Jarbas com discurso afiado


Afiado nas palavras, não economizando alfinetadas no Governo Eduardo Campos (PSB), apesar de não citar nomes, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) adotou um discurso, ontem, comparável ao de um candidato em palanque. O ex-governador pôs-se em defesa de obra por obra de sua autoria, no Estado, num recado à gestão socialista. “Se o Governo diz, hoje, que Pernambuco vive um bom momento, ele não mente. Falta apenas complementar que ele faz um Governo de consolidação das coisas, porque encontrou um antecessor que, durante oito anos, teve uma visão de pernambucano e uma visão de que o Estado precisava ser dotado de uma infraestrutura mais moderna. Melhor do aquela que encontrei em 1999”, disparou Jarbas, nome mais cotado pela aliança oposicionista para disputar o Palácio do Campo das Princesas em 2010.


A explanação ocorreu durante homenagem recebida pelo senador em almoço promovido pela Associaçãos dos Diplomados da Escola Superior de Guerra de Pernambuco (Adesg). A primeira mensagem enviada foi: “Nós não inventamos a infraestrutura do Estado. Essa história de que nunca antes... Bem antes de mim alguém fez a infraestrutura, uns mais, outros menos”. Ao enumerar os investimentos realizados durante seus dois mandatos consecutivos, começou pelo Aeroporto Internacional dos Guararapes. “Aquilo era da competência da União. O aeroporto era acanhado, antigo, com capacidade para 1,5 milhão de passageiros/ano. Hoje, Pernambuco tem um aeroporto com capacidade para cinco milhões de pessoas/ano”, enalteceu.



Ao citar a BR-232, duplicada do Recife a São Caetano (no Agreste), alegou que a ampliação da rodovia, em sua administração, nunca “sofreu um embargo da Justiça”, colocando o dedo na ferida aberta recentemente na ala governista, que viu obras federais serem paralisadas pelo Tribunal de Contas da União por irregularidades. Entre as quais estão a Refinaria Abreu e Lima, fábrica da Hemobrás e a adutora de Pirapama.



ESTRADAS



Ainda apontou uma série de estradas construídas na sua gestão: “A que liga Araripina ao Ceará, para escoar produção do Gesso; a da Uva e do Vinho, na Região do São Francisco, onde hoje se encontram várias vinícolas produzindo; o acesso de Solidão, a estrada de Flores a Triunfo, o acesso a Santa Terezinha, entre São José do Egito e Paraíba, de Tabira a Paraíba”.



Suape, cujo complexo industrial é um dos pontos mais comemorados pelo Governo Eduardo Campos, também foi alvo. “Nós encontramos, há dez anos, Suape praticamente dentro d’água. Investimos brutalmente e estabelecemos o diálogo mais amplo e aberto possível com o empresariado, de pequeno, médio e grande portes”, contou Jarbas. “Foi assim com a Mossi & Ghisolfi, maior fábrica de PET do mundo. Foi assim com o estaleiro e a refinaria, que foi uma batalha de todos os governadores que me antecederam”, arrematou.

RENATA BEZERRA DE MELO(FOLHA DE PERNAMBUCO)

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