terça-feira, 6 de outubro de 2009
Eduardo exalta a classe política
Na contramão da maioria dos eleitores brasileiros, que citam os políticos como principais culpados pelo atraso do País, o governador Eduardo Campos (PSB) fez longo discurso, ontem, exaltando a classe política, durante a homenagem que a Assembleia Legislativa prestou aos deputados constituintes de 1989. Falando para muitos parlamentares e ex-parlamentares, dos dois lados, o socialista argumentou que foram os políticos os responsáveis por garantir o bom funcionamento das instituições brasileiras. “É tempo de homenagear a política, tão atacada, às vezes incompreendida por má fé. Por muitos que hoje sabem que quem reconstruiu a institucionalidade brasileira foram homens e as mulheres que lutaram no meio do povo para terem seu voto, a sua confiança e construir a democracia”, destacou Campos, no evento realizado no Tribunal de Contas do Estado.
Antes da sua fala, o governador assistiu a um vídeo sobre a sessão onde a Carta Magna pernambucana foi promulgada. O filme mostrou um trecho do discurso do ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo, no qual ele faz uma defesa das instituições. Aproveitando o gancho, Campos cobrou reconhecimento “às biografias daqueles que se entregaram à política, que renunciaram à família”. “Muitas vezes só se fala dos que melam a política com más práticas, mas não se fala das centenas de companheiros que eu vi, nestes mais de 20 anos de vida pública, que acabaram com tudo o que tinham militando na política”, exaltou.
Ainda em seu discurso, o governador ressaltou o empenho da nova geração de políticos. “Acho que como o mais jovem governador eleito pelo voto direto do povo pernambucano me cabe, em muitas oportunidades, dizer coisas fora do convencional. Se erros vamos cometer, que pelo menos possamos cometer erros novos. Todos sabem o que foram os 20 anos depois da Constituinte. Foram anos duros, mas permitiram ao País não só fortalecer suas instituições. Se hoje tem Ministério Público atuante, foi porque a democracia, os políticos entenderam fortalecer”, defendeu.
O socialista também classificou o fim da inflação como uma “decisão política”. “A inflação foi acabada neste País no Governo do presidente Fernando Henrique. Foi a decisão política de reinserir o País como um dos que são bem vistos lá fora, que honra seus contratos. Um dos maiores investimentos do pós-crise. Quem construiu isso? A política. Tenho consciência que sou da geração filha da democracia, que precisa defender a política no Brasil”, concluiu.
ARTHUR CUNHA(folha de pernambuco)
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