segunda-feira, 3 de maio de 2010

Campos vai combinar o apoio a Dilma com o PT


Presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos admitiu, ontem, pela primeira vez, que o partido deve apoiar a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. De acordo com o socialista, a manutenção da aliança com os petistas “é o caminho natural” da legenda. Não é segredo para ninguém que o PSB votará na ex-ministra, apesar do bom relacionamento com o PSDB, de José Serra. Mas a declaração de Eduardo sinaliza que o PT está disposto a aceitar a “fatura” imposta pelo PSB por ter rifado o deputado federal Ciro Gomes (PSB) da corrida presidencial, qual seja o apoio a candidatos socialistas a governador em alguns estados.


Prevista para acontecer hoje ou amanhã, a reunião entre Eduardo e o presidente nacional petista, José Eduardo Dutra, só acontecerá na quarta-feira. Os dois almoçarão, em Brasília, para, justamente, tratar da “fatura”. As conversas seguirão até o dia 21 de maio (e não o dia 17, como estava marcado), quando a Executiva Nacional do PSB se reunirá para selar o apoio a Dilma. Questionado se o anúncio poderia sair antes do combinado, Campos disse que os prazos não devem ser atropelados. “Eu não posso anunciar uma coisa que ainda não foi acertada”, desconversou.



O PSB impôs a retirada de Ciro à flexibilização do PT em estados onde os socialistas figuram com chance de vitória, a exemplo do Amapá, Piauí e Rio Grande do Norte. Um dia depois de Eduardo anunciar a saída de Ciro do embate pelo Palácio do Planalto, o presidente Lula deu mostras de que vai atuar em favor dos socialistas ao convencer o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), a retirar da disputa o seu vice, Ricardo Ferraço (PMDB), e apoiar o senador Renato Casagrande (PSB) para o Governo. Com a manobra, Lula garantiu Ferraço numa das vagas para o Senado e um petista na vice de Casagrande.



PAZ



Perguntado, o governador reafirmou que Ciro Gomes seguirá a indicação partidária, assegurando que está tudo bem entre a legenda e o deputado federal. “Tivemos uma reunião no Rio de Janeiro, depois do anúncio. Está tudo em paz. Eu, como presidente do partido, queria o consenso, mas não foi possível. Tivemos de ir para a votação”, destacou Eduardo. Dos 27 diretórios estaduais do PSB, 20 optaram pela não candidatura própria da sigla a presidente.



Na direção contrária, o governador do Ceará e irmão de Ciro, Cid Gomes, declarou à Folha, na última quinta-feira, que o ex-presidenciável vai apoiar o candidato que compilar melhor suas preocupações com o País, reforçando as palavras do parlamentar.

ARTHUR CUNHA(FOLHA DE PERNAMBUCO)

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