terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nome de Ana Arraes será referendado hoje no Senado


A deputada federal Ana Arraes (PSB-PE), eleita pela Câmara dos Deputados na última terça-feira para ocupar o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), passará hoje por uma sabatina no Senado para que tenha seu nome referendado pela Casa para cumprir a função. O horário da votação, de acordo com a assessoria da socialista, depende do expediente no plenário do Senado. A deputada está em Brasília desde ontem à noite.

Ana Arraes obteve 222 votos dos 493 parlamentares presentes no plenário da Câmara e tornou-se a primeira mulher a ganhar uma disputa para o TCU. O segundo colocado, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), teve 149 votos. Os demais candidatos obtiveram, juntos, 120 votos. Caso seu nome seja referendado pelo Senado, Ana Arraes irá substituir o ministro Ubiratan Aguiar, que se aposentou e deixou o cargo em julho deste ano.

O maior cabo eleitoral para a corrida de Ana Arraes ao TCU, o governador Eduardo Campos (PSB) - a quem foi creditada a vitória -, não deve acompanhar a mãe nesta etapa no Senado. A assessoria do socialista divulgou que ele estaria no Recife hoje pela manhã, inaugurando uma delegacia no bairro do Ibura. O fim de semana, entretanto, continuou sendo de articulações entre o governador, a mãe e os correligionários pela disputa - incluindo o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Para os senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB) - que também trabalharam para que Ana Arraes fosse eleita - a bancada pernambucana teve papel fundamental nas articulações. “A bancada do nosso Estado se mostrou unida e trabalhou muito por essa conquista”, destacou Humberto. Segundo o líder do PT no Senado, a indicação de Ana Arraes passará pelo Senado “apenas para referendar a escolha da Câmara”.

Um voto contrário que Ana Arraes deve receber hoje, porém, é o do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que criticou a eleição e a campanha feita por Eduardo Campos pela eleição da mãe na Câmara. “Um governador - seja ele quem for - deixa os seus afazeres, deixa de cuidar dos interesses do Estado para eleger a mãe para o Tribunal de Contas da União. É um absurdo, não é uma coisa natural, não é uma prática republicana. É um exemplo do vale-tudo na política. Se o que ocorreu na Câmara nas últimas semanas não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é”, afirmou o peemedebista.

Ele destacou ainda que a ministra sempre estará em suspeição quando uma determinada conta do Governo Eduardo chegar ao TCU. “Isso não é modernidade, é nepotismo, é política do compadrio, do coronelismo. É atraso do pior tipo possível”, destacou.

RENATA BAPTISTA(FOLHA DE PERNAMBUCO)

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