sábado, 10 de setembro de 2011

Chacina em Jaboatão foi motivada por vingança


A chacina que deixou cinco mortos e três feridos no bar da Pedra, no bairro de Socorro, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, foi motivada por vingança. A mentora do crime, que aconteceu por volta da 1h dessa quinta-feira (8), Joelma Ferreira da Silva, de 24 anos, foi presa e apresentada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (9), juntamente com Davi Félix da Silva, de 28 anos, e admitiu ter cometido os assassinatos como uma forma de vingança pela morte do seu irmão. Um adolescente de 17 anos também foi preso por envolvimento no crime.

Além da chacina, motivada por vingança a respeito do assassinato do irmão de Joelma, morto em março deste ano, o casal também cometeu um duplo-homicídio no dia 17 de agosto, também em Socorro, onde as vítimas foram Eronilda Silva Sirqueira e o suposto mandante do assassinato do irmão de Joelma, Célio Mendes da Silva. "Eu não me arrependo não, porque mexeram com a minha família, e quando mexem com a minha família eu viro bicho", disse a mulher, que também é acusada de assaltos a ônibus, a pedestres e tráfico de drogas.

Já Davi é foragido da Penitenciária Agroindustrial São João e responde a dois crimes de homicídios. Dois mandados de prisão preventiva já foram expedidos pela polícia para ele. O acusado também tinha uma richa com os dois ex-presidiários que foram assinados na chacina. Um outro homem está envolvido na autoria do crime, ele já foi identificado pela polícia, que está em diligências para prendê-lo. Seu nome não foi divulgado, para não atrapalhar nas investigações.

Com o trio, preso no Conjunto Marcos Freire, também em Jaboatão, foram encontradas três armas, todas de posse de Joelma, bem como três balaclavas (toucas de ninja), munições de vários calibres e aproximadamente R$ 975 em espécie. Entre as armas apreendidas, está uma Magnum 357, de uso exclusivo das Forças Armadas, comprado por Joelma na "feira do troca", por dois mil reais.

Durante as diligências os acusados denunciaram o vizinho Argemiro Alexandre Pereira, de 65 anos, que não tem relação com a chacina, mas tinha o porte ilegal de armas. Foram apreendidos na casa de Argemiro uma espingarda calibre 12 e um rifle winchester. Ele foi autuado por ocultação de armas, crime inafiançável, e encaminhado ao cotel.

O caso ainda está sob as investigações, quem envolvem a Polícia Civil, Polícia Militar e o GOE. São responsáveis pelo caso os delegados Darson Freire, da 6ª delegacia seccional, Patrícia Domingos, da delegacia de Jaboatão e Viviane Santa Cruz, da CVLI de Jaboatão.

ALVOS - Dos cinco mortos na chacina, dois teriam ligação com o assassinato do irmão de Joelma. Seriam os ex-presidiários Israel, cujo corpo ainda não foi identificado no Instituto de Medicina Legal (IML), e Daniel Cícero da Silva, de 27 anos, que chegou a ser levado Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Engenho Velho, mas não resistiu. Uma das outras vítimas fatais teria envolvimento na morte de um colega de Joelma, e por isso também foi morto.

MORTE DO IRMÃO - O irmão de Joelma teria sido executado por estar ligado ao tráfico, por um homem chamado Ademir Vicente da Silva, conhecido como Robocop, que é o principal alvo de Joelma. Segundo a polícia, Ademir Vicente chegou a ser preso logo após o assassinato, mas foi solto em seguida. Após a chacina, no entanto, a polícia decidiu expedir um novo mandado de prisão em seu nome.

OUTROS CRIMES - De acordo com a polícia, além desses homicídios Joelma também estava envolvida com o tráfico de drogas e praticava vários assaltos a ônibus e transeuntes em Socorro, bairro onde morava. As vítimas que identificarem a acusada devem procurar a delegacia de Jaboatão para denunciar Joelma pelos roubos.

Do NE10
Atualizado às 18h58
Segundo a polícia, Joelma queria agir como uma espécie de justiceira, que pretendia matar todos os envolvidos na morte do seu irmão. Ela ficou sabendo que duas das vítimas que estavam no bar (os dois ex-presidiários) tinham envolvimento com a morte se seu irmão. "Todos eles tinham que pagar, até os inocentes, tem que matar é todo mundo mesmo.

Não pensaram quando foram matar meu irmão, então eu também não penso, mato mesmo", admitiu a assassina, que também confessou que seu alvo principal é o assassino de seu irmão, solto pela polícia no início do ano.

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