sábado, 11 de abril de 2009

Crise leva fábricas de moda jeans de Toritama a fechar portas


A crise econômica reduziu as atividades de confecções de moda jeans no município de Toritama, no Agreste pernambucano. Algumas empresas fecharam as portas. Outras, para enfrentar a retração nos negócios, terceirizaram a produção, contratando serviços das centenas de empresas informais familiares espalhadas pela cidade e pela área rural de toda região.

Essa prática obrigou fornecedores de máquinas e equipamentos, que até então restringiam sua área de atuação à ‘cidade do jeans’, a buscar outros mercados. Esse é o caso de Sisneiro Florência Queiroz, 34 anos, morador de Caruaru, que até o ano passado atendia cerca de dez confecções de Toritama, fornecendo máquinas e prestando serviço de manutenção.

Das dez fábricas que Queiroz atendia, sete fecharam e três seguem no mercado. “Uma das empresas ainda sobrevive com produção totalmente própria e duas só produzem com maquinário próprio durante uma ou duas semanas por mês. Estou tentando vender para indústrias do município vizinho de Vertentes e para as empresas familiares”, contou.

A situação por qual está passando traz insegurança financeira, assinalou Queiroz. “Não há, nesse caso, a segurança de atender uma confecção grande, que solicita serviços com mais regularidade. Penso que, quando a crise passar, essa forma que fui obrigado a buscar para sobreviver me renda um mercado maior. O importante é não parar.”

CIDADE DO JEANS

Metade dos cerca de 30 mil habitantes de Toritama, situada a 37 quilômetros de Caruaru, é empregada na indústria do vestuário produzido à base de jeans. Quem não trabalha direto nas fábricas, presta serviço para elas por meio de empresas familiares, as chamadas facções.

Com Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e o distrito de Pão de Açúcar – pertencente a Taquaretinga do Norte –, Toritama forma um importante pólo industrial têxtil, que abrange a sede das cidades e toda a área rural.

A fabricação de jeans em escala começou em Toritama há cerca de 20 anos. Antes de ser um pólo de confecção de jeans, o município teve um período de prosperidade com a indústria calçadista. O pólo de calçados do município entrou em declínio porque não conseguia competir, em qualidade e preços, com as indústrias de São Paulo e do Ceará.

Da Redação do pe360graus.com, com informações da Agência Brasil

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