terça-feira, 28 de abril de 2009

Mulheres vítimas de violência ganham apoio das Promotoras Legais Populares


As mulheres vítimas da violência ganharam uma ajuda para tentar dar um basta a esse tipo de crime. A idéia é levar às comunidades as lições das promotoras legais populares.

Uma turma especial ocupa cadeiras de uma faculdade de Direito: são líderes comunitárias, donas-de-casa, conselheiras tutelares e desempregadas, que buscam conhecimento sobre as leis para ajudar as vítimas da violência contra a mulher.

"Elas estão aprendendo disciplinas de Direito, a parte de saúde e a execução em campo equanto defensoras populares. Elas serão multiplicadoras, que irão difundir o direito à cidadania", destaca a coordenadora do curso, Anabel Pessoa.

As aprendizes ganharam o importante apoio da própria Maria da Penha, a biofarmacêutica que inspirou a lei que pune com mais rigor a violência doméstica. Ela fez questão de acompanhar o curso, primeira ação da recém-criada fundação que também leva seu nome. "Esse é um passo muito importante, porque a gente vai chegar com a mulher que vive na comunidade e conhece a realidade de lá. Com certeza, com as técnicas pedagógicas, ela vai ter uma grande influência em retirar a lei do papel", afirma Maria da Penha (foto).

As primeiras cem mulheres dessa turma deixam a sala de aula preparadas para atuar como promotoras legais populares em suas comunidades. E o trabalho não é pouco: só este ano, 91 mulheres foram assassinadas em Pernambuco – quase uma por dia.

O grupo percorre ruas dos municípios da Região Metropolitana do Recife para fazer um trabalho de conscientização que envolve homens e mulheres. Além de diminuir os índices de violência, o outro desafio delas é fortalecer as vítimas para que elas sejam capazes de denunciar os agressores, rompendo o ciclo de silêncio e impunidade.

"O nosso objetivo é justamente ajudar a justiça, a comunidade e principalmente as mulheres que sofrem essa violência a buscar os seus direitos", relata a promotora legal popular Marlene Maria da Silva.

Nesta terça-feira (28), às 11h, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Pernambuco promove um encontro para discutir a aprovação de um novo projeto de lei complementar. Se aprovado, o projeto criará em Pernambuco mais seis juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher. A proposta é instalar o segundo juizado na Capital pernambucana e outros cinco nas cidades do Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Jaboatão e Olinda.
Da Redação do pe360graus.com

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