sábado, 9 de julho de 2011

Falso médico procurado pela PF apresenta-se voluntariamente em Caruaru


Leonardo de Moura Cintra, investigado como falso médico por ter atuado no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru, por 10 anos, sem ter concluído o curso de Medicina, se apresentou nesta sexta-feira (08), na Delegacia da Polícia Federal (PF), na cidade do Agreste pernambucano.

De acordo com o delegado Dário Sá Leitão, que ouviu o depoimento do suspeito, Cintra estava acompanhado do advogado José Olímpio. O delegado informou que ele foi indiciado por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica e responderá ao processo em liberdade.

“No final da faculdade, ele perdeu uma disciplina de pneumologia, que era pré-requisito para o internato, mas conseguiu uma liminar para fazer o internato. Depois disso, conseguiu fazer a residência e não conseguiu concluir essa disciplina com êxito. Isso resultou na não-formatura dele no curso, mas como já tinha conseguido se matricular nessa residência, ele se formou na especialidade de cirurgia geral em residência, mas não conseguiu o diploma de médico. Então, ele pegou um diploma de terceiros, colocou os dados dele e conseguiu apresentar para ser contratado pelo Governo do Estado, com esse diploma falsificado e um CRM que ele escolheu aleatoriamente”, explicou o delegado.

ENTENDA O CASO
A fraude foi descoberta depois que Leonardo de Moura Cintra emitiu um atestado para um paciente que tinha se submetido a uma cirurgia, no Prontolinda, no Grande Recife. O documento foi conferido pela empresa em que o paciente trabalhava e o nome do médico não batia com o número do registro no Conselho Regional de Medicina (Cremepe).

A partir daí, o Cremepe também descobriu que Cintra, que tem 36 anos, atuava como cirurgião no Hospital Regional do Agreste há dez anos. Registros mostram ainda que ele chegou a ser chefe do setor de emergência do próprio hospital.

De acordo com José Bezerra, diretor do Hospital Regional do Agreste, ele foi nomeado para o HRA após uma seleção simplificada na Secretaria Estadual de Saúde. "Em 2004, em nova seleção, ele foi aprovado e também nomeado. É tanto que ele tinha duas matrículas aqui como profissional médico. Nós tivemos que atualizar o cadastro de todos os nossos profissionais e aí, quando digitamos o CRM dele, foi identificado que era de uma médica”, explicou.

A investigação é de responsabilidade da Polícia Federal. “Ele poderá ser indiciado por exercício ilegal da medicina e também por falsidade ideológica. Essas penas variam de um até cinco anos de prisão”, afirma Giovani Santoro, assessor de comunicação da Polícia Federal.

Da Redação do pe360graus.com

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