sábado, 2 de julho de 2011
Campos: cidades não podiam perder
O governador Eduardo Campos (PSB) afirmou ontem que viu a prorrogação por mais 90 dias dos mais de R$ 4 bilhões de restos a pagar do Orçamento de 2009 pelo Governo Federal de maneira positiva. De acordo com o socialista, a presidente Dilma Rousseff (PT) atendeu aos reclamos dos parlamentares, que representam os prefeitos de municípios. “Os prefeitos dos municípios estão vivendo um ano fiscal muito duro, e se perdessem essa oportunidade de ter as emendas, perderiam a possibilidade de receber grande parte dos investimentos este ano”, disse o governador, durante abertura da 12ª edição da Fenearte.
Campos, no entanto, disse que Pernambuco não receberia muito dinheiro desses restos a pagar. “Nessas circunstâncias, o Estado tinha muito poucos recursos. O conjunto global não chega a R$ 15 milhões, no máximo R$ 20 milhões”, informou. O governador ressaltou ainda que a prorrogação de 90 dias promove um tempo hábil para que emendas tenham problemas superados. “Eu vi uma repercussão muito boa entre os deputados federais e senadores com quem falei”, disse.
O deputado Inocêncio Oliveira (PR) adiantou que os recursos para Pernambuco devem ser liberados “quase que em sua maioria”. “Temos uma bancada muito forte. É reconhecida como a melhor da Câmara”, disse o parlamentar. O deputado Carlos Eduardo Cadoca (PSC) afirmou que a prorrogação do prazo foi “muito justa”. “Temos que lembrar que há muitas obras que já foram iniciadas”, destacou o social-cristão. Segundo ele, o volume destinado ao Estado dos restos a pagar do Orçamento de 2009 é de R$ 433.368.750,00 - desse total, R$ 90.680.625,00 ainda não foram repassados pela União.
SEM RECUO
O senador Humberto Costa (PT) saiu em defesa de Dilma sobre as afirmações de que ela teria cedido às pressões dos congressistas e decidido pela prorrogação, que segundo ele, não afeta a proposta do Governo de manter as rédeas curtas. “A prorrogação não representou um recuo do Governo. A leitura de que ela recuou é errada”, disse o petista.
Para Humberto, o Governo vinha cumprindo o que prometeu, que era liberar os restos a pagar de 2007 e 2008 e avaliar as emendas de 2009. Segundo ele, o movimento dentro do Congresso aconteceu devido à importância de alguns projetos, que são de certas áreas prioritárias, como Educação. O petista observou ainda que, mesmo com a prorrogação, não deve haver um grande impacto no Orçamento, uma vez que o ritmo de liberação de 2007 e 2008 será diminuído, e as emendas de 2010 e 2011, que seriam empenhadas para julho, serão empurradas para setembro.
RENATA BAPTISTA
Especial para a Folha
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