quarta-feira, 20 de julho de 2011
Investigação sobre acidente da Noar será exclusiva da PF
A investigação sobre o acidente com o bimotor da Noar, que deixou 16 pessoas mortas, passa, a partir desta terça-feira (19), a ser conduzida apenas pela Polícia Federal. Após uma reunião entre o Ministério Público de Pernambuco e o Ministério Público Federal, ficou decidido que a Polícia Civil não vai mais participar do caso.
De acordo com o diretor de Operações da Polícia Civil, Oswaldo Moraes, explicou que após analisar a legislação sobre casos de acidentes aéreos, descobriu-se que o trabalho é de competência da Polícia Federal.
A Polícia Federal já vinha conduzindo uma investigação paralela desde dia 15 de julho, dois dias depois do acidente em Boa Viagem. De acordo com o assessor de comunicação da PF, Giovanni Santoro, o inquérito foi instaurado por uma determinação do Ministério Público Federal (MPF).
O pedido do MPF ocorreu já no dia seguinte ao acidente. E, no dia 15 de julho, a PF abriu o inquérito e designou o delegado Renato Cintra, que é chefe da Delegacia de Defesa Institucional, para presidir as investigações.
Santoro explicou também que o delegado já solicitou cópias de relatórios feito por órgãos que fizeram a perícia do acidente, como o Cenipa, além de outros documentos que também foram pedidos pela Polícia Civil.
“São investigações paralelas e distintas e o delegado já começou a despachar nos autos do inquérito policial para diversos órgãos solicitando informações. Quando essas informações chegarem à autoridade policial, ele vai traçar uma linha de investigação e vai determinar o que vai fazer doravante”, afirma Giovanni Santoro.
AVALIAÇÃO DO CADERNO
Entregue à polícia pela Rede Globo na última segunda-feira (18), o caderno com 75 registros de ocorrências — a maioria ligada a problemas mecânicos — em aeronave da Noar Linhas Aéreas vai ser avaliado por peritos. O caderno traz informações registradas pela tripulação durante os voos do único avião que, depois do acidente da semana passada, restou à companhia aérea.
“Ele pode ser objetivo de prova como qualquer documento, escrito, manuscrito, como qualquer outro objeto que sirva para compor a característica do fato. Então ele vai de alguma forma demonstrar como se dava a manutenção ou não se dava a manutenção da aeronave que caiu. Ele é um indício, não é prova, até porque não é o caderno da aeronave que caiu, era de outra aeronave. E aquilo é um indício de como a coisa acontecia”, afirma o diretor de Operações da Polícia Civil, Oswaldo Morais.
Em um dos trechos, um comandante diz que, no dia 10 de novembro do ano passado, os fones de ambos os pilotos estavam com o som entrecortado, o que torna impossível a comunicação entre os tripulantes. No mesmo dia, o comandante destaca que uma pane já informada persiste sem solução. Ele relata que o torque, que é a potência do motor, não atingiu 60% na decolagem.
Alguns registros são do comandante Rivaldo Cardoso, que pilotava o avião que caiu na semana passada. Em uma das anotações, ele pede que a aeronave fique indisponível enquanto os problemas de aumento de temperatura e de potência não são verificados.
DOCUMENTOS ENTREGUES À ANAC
A Noar Linhas Aéreas informou, por meio da assessoria de comunicação, que já apresentou aos representantes da Anac todos os documentos solicitados por eles, inclusive os diários de bordo. A companhia aérea informou ainda que, nos últimos dois dias, os advogados da empresa se dedicaram a preparar a defesa que será entregue por escrito às autoridades da aviação civil.
Da Redação do pe360graus.com
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