quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eduardo levará propostas a Lula


Após voltar da Europa onde passa uma temporada de férias, o governador reeleito e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, retomará as articulações para a composição do ministério da presidente eleita Dilma Rousseff (PT). Já está agendada uma reunião do socialista com o presidente Lula, em Brasília, na próxima segunda-feira - o encontro seria na sexta-feira, mas foi adiado em função das agendas. A conversa que Eduardo terá com Lula servirá, também, para que os dois acertem a última visita do petista a Pernambuco como presidente. O desejo de Lula é inaugurar algum trecho da transposição do Rio São Francisco, no Sertão, mas outra pauta no Recife não está descartada. O compromisso seria no dia 30 ou mesmo no dia 31 de dezembro. Em 1º de janeiro, Lula passará a faixa presidencial para Dilma.
Eduardo retorna ao Brasil, quinta-feira à noite e, no dia seguinte, já cairá em campo para ouvir lideranças socialistas com o objetivo de colher o sentimento do partido para externá-lo no encontro com Lula. Depois de sair maior das eleições - elegeu seis governadores, 35 federais e quatro senadores -, o PSB cobiça dois ministérios de peso no Governo Dilma. Leia-se: Integração Nacional e/ou Cidades; duas pastas de caráter finalísticos, com orçamentos robustos, mais cargos a nomear e uma proximidade maior de governos e prefeituras, no comparativo com o Ministério de Ciência e Tecnologia, comandado atualmente pelo partido.
O problema é que as duas pastas estão na mira do PMDB, que já comanda Integração Nacional e cresceu o olho sobre a de Cidades, dirigida pelo PP. Os socialistas também demonstram interesse em manter a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A vaga seria destinada ao deputado federal Ciro Gomes, rifado pelo seu próprio partido da corrida presidencial para que o PSB pudesse aderir à campanha de Dilma Rousseff.
Se fizer valer seu prestígio junto a Lula e Dilma, o governador Eduardo Campos pode emplacar um ministro pernambucano. A eventual nomeação passa, entretanto, por um entendimento com o PT local, que tem os nomes do senador eleito Humberto Costa, do ex-prefeito João Paulo e do deputado federal Maurício Rands nas bolsas de apostas. Destes, Humberto aparece com mais chances. Mas o ex-minstro da Saúde já disse que quer cumprir seu mandato no Senado.
O atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho (PSB), é citado como “ministeriável”. Com bom trânsito junto ao presidente Lula e dimensão política para ocupar cargo na Esplanada dos Ministérios, o socialista poderia ser indicado como uma forma de ser compensado por ter sido sacado da corrida pelo Senado a pedido de Eduardo.


ARTHUR CUNHA(FOLHA DE PERNAMBUCO)

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