segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Eduardo Campos na briga pela CPMF


O governador reeleito Eduardo Campos (PSB) comprou de vez a briga pela ampliação dos recursos destinados à saúde. Após liderar, semana passada, a reunião entre os seis governadores eleitos do seu partido, onde foi defendida a recriação da CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira) com o fim de ampliar o financiamento para a área, o socialista criticou, ontem, os ataques direcionados por oposicionistas à proposta, defendendo uma solução rápida e capaz de melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS). “O que não se pode é criança, mulheres e idosos ficarem morrendo. Não dá para fazer um debate demagógico. Não é uma questão de partidos, de governo e oposição. É um problema de vida humana”, pontuou o gestor, durante a abertura da 69ª Exposição de Animais, no Parque do Cordeiro.
Na sequência, o governador disse que não adianta a oposição lançar suas críticas à possibilidade do retorno do tributo e não buscar uma forma de contribuir com o debate da saúde. Para o socialista, o momento pede uma discussão mais ampla para se encontrar um mecanismo que drible ou que seja capaz de acabar com o subfinanciamento da saúde pública. Contudo, Campos ressalta que “a solução” tem que possuir um caráter técnico para que obtenha sucesso. “É um sistema que não tem funcionado. Se algum técnico ou partido mostrar o que tem que ser feito, tudo bem. Não tem que ser com frases, tem que ser técnico”, frisou.

O valor da restituição de Imposto de Renda pago pelo Governo Federal aos atendidos por planos de saúde privados foi um dos pontos levantados pelo governador Eduardo Campos. O socialista questionou o fato da União ter capacidade de pagar mais de R$ 12 bilhões em restituições à classe média, somente no que diz respeito à área de saúde, e não ter recursos para melhorar o atendimento a 90% da população, que depende do SUS. “Não estou dizendo que não é justo. Estou dizendo que se tem que discutir”, ressaltou Campos.

Em seu discurso, que encerrou a cerimônia de abertura da feira de exposição, o governador afirmou que, apesar dos temas mais importantes para a população terem ficado de fora das discussões levantadas durante a corrida presidencial - conforme Campos, por conta do então postulante José Serra (PSDB), que preferiu colocar em pauta temas como aborto e religiosidade - não se pode assistir ao momento atual da saúde e não propor mecanismos para enfrentá-lo. “É um sistema que quebra o município, que cai no Estado, que cai na União”, disse.



AUTORIDADE

Apesar de assegurar não querer bater boca com a oposição - que vem se mostrando crítica à recriação da CPMF - Eduardo Campos mandou um recado direto para os que questionam o retorno do tributo para requalificar o serviço de saúde pública. “Eu estou propondo esse debate, porque temos autoridade. Estamos discutindo isso desde 2007(no início do segundo governo do presidente Lula) e não mudando de posição”, alfinetou, em referência à origem da cobrança do imposto que ocorreu durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando muitos dos atuais críticos votaram a favor de sua criação.

GILBERTO PRAZERES(FOLHA DE PERNAMBUCO)

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