quinta-feira, 1 de julho de 2010

Eduardo: “É daqui pra melhor”


Homologado candidato à reeleição pela Frente Popular de Pernambuco, em convenção realizada ontem, o governador Eduardo Campos (PSB) prometeu um eventual segundo governo melhor do que o primeiro. A ideia foi condensada no slogan “É daqui pra melhor”, lançado na ocasião. No ato, realizado no Clube Português do Recife, também foram oficializadas as candidaturas do vice-governador João Lyra Neto (PDT), que concorrerá ao mesmo cargo, do ex-ministro Humberto Costa (PT) e do deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB), que disputarão o Senado. Eduardo evitou atacar diretamente Jarbas Vasconcelos (PMDB); preferiu, apenas, dar umas alfinetadas no peemedebista. Com o gesto, antecipou a linha que, inicialmente, deve ser adotada na campanha sinalizando que só irá para o confronto direto em última instância.


Em seu discurso, o governador exaltou a união política que conseguiu formar como principal lastro para garantir sua reeleição, agradeceu aos que o ajudaram a administrar Pernambuco nestes três anos e meio, conclamou a militância a ganhar as ruas “de manhã, à tarde e à noite” e assegurou que, em sua campanha, não haverá “agressão”, “desrespeito” e “pancadaria”. Ao todo, 18 partidos integram a coligação, a maior já formada no Estado: PSB, PDT, PT, PTB, PR, PP, PCdoB, PTC, PSC, PSDC, PRP, PRB, PSL, PHS, PRTB, PTN, PTdoB e PPL. No ato, todos os dirigentes partidários reforçaram o discurso da união e anunciaram voto casado em toda a chapa governista. Os organizadores estimam que 18 mil pessoas compareceram à convenção.



“O que nos une aqui não é o desejo de disputar cargos; o que nos une aqui é o desejo de seguir construindo um Pernambuco mais equilibrado, mais justo. Seguir construindo vida na vida de muita gente. Nesta campanha vamos dizer à população não só o que fizemos, mas o que vamos fazer. Daqui é para melhor em todas as áreas, sim”, destacou Eduardo, justificando seu slogan. Apesar de pregar a “paz política” no Estado, o socialista não perdeu a oportunidade de dar uma estocada nos adversários. “Dilma (Rousseff/PT) será presidente e encontrará um País muito mais arrumado do que o presidente Lula encontrou. Eu vou encontrar, no dia 1° de janeiro, um Estado melhor do que encontrei em 2007”, cutucou.



Eduardo Campos disse que não irá às ruas agredir “quem quer que seja”. “Gostamos de respeito, e quem gosta de respeito começa logo respeitando os outros. Não vai ter agressão, desespero, pancadaria, aquele velho jogo que nós já conhecemos. Uma campanha limpa, altiva, bonita, respeitosa. Uma campanha que vai propor, construir, que vai para as ruas com uma chapa construída de baixo para cima. Acompanhado desses companheiros que estão aqui (olhou para as lideranças que se encontravam no palanque) me sinto confortável, em casa, cercado de lealdade”, ressaltou.



RANCOR



Eduardo assegurou que não carrega rancor no peito. “Se carregasse, aqui não estava, teria morrido de tanto sofrimento que a vida pública me reservou”, ponderou Campos, salientando que está mais “animado” do que em 2006, quando se elegeu governador. Por fim, o socialista afirmou que os êxitos de sua gestão o permitem andar nas ruas, poder olhar nos olhos das pessoas e ser tratado com “distinção”.


ARTHUR CUNHA (FOLHA DE PERNAMBUCO)

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