segunda-feira, 12 de julho de 2010

Chuva atinge município de Jurema, no Agreste, e provoca caos na cidade


Nenhum rio corta o município de Jurema, no Agreste do Estado, mas fortes chuvas que caíram na Mata Sul também chegaram à cidade. Os açudes transbordaram e o município precisou pedir ajuda à Defesa Civil de Serra Talhada, que fica no Sertão.

14 açudes estouraram e a água formou crateras e derrubou casas. A ponte que serve de paredão para conter a água de um dos açudes e é um dos acessos à cidade apresenta infiltrações e ameaça desmoronar.

A maioria dos acessos à Zona Rua está interditada e as lavouras estão perdidas: “[as plantações de] feijão e milho apresenta uma média de três mil hectares sem condição de recuperação. Temos também um projeto de palma forrageira e em torno de 50 hectares não irão prestar. Temos também um projeto de maracujá orgânico que está totalmente afetado, em 98 hectares. De banana temos uns 115 hectares afetados e mandioca são 980 toneladas prejudicadas”, informou o Ronaldo Mendonça, secretário de Agricultura da cidade.

200 casas foram destruídas ou correm risco de desabar. O agricultor Nildo Santos só conseguiu salvar a família porque acordou para dar comida ao filho: “quando ele acordou querendo mamar e pediu leite. Eu não sabia onde estava e acordei minha mãe. Ela ligou a luz, viu as rachaduras, gritou desesperada, tiramos minha avó, meus filhos, coloquei no carro. Quando voltei do carro, caiu tudo. Foi muito repentino, não durou cinco minutos”, disse.

600 pessoas ainda estão desabrigadas ou desalojadas em Jurema, que só conseguiu, até agora, a ajuda da Defesa Civil de Serra Talhada. “Chegamos aqui e encontramos uma situação difícil, tendo em vista que o solo é rochoso. Não há rio, mas as águas foram bastante acentuadas e toda a chuva que caiu na Mata Sul também caiu aqui e desceu pra zona rural”, falou o coronel Giussepe Souza, membro do órgão.

A equipe de Serra Talhada coordena as ações de apoio às vítimas e deve pedir ajuda ao Governo do Estado.

Para piorar a situação, muitas pessoas se recusam a ir para abrigos. O agricultor Roberto Cardoso é uma delas: “é onde a gente nasceu e se criou, onde a gente dá quatro anos de suor e esforço. Praticamente a condição da gente é nada”, desabafou.

As aulas nas 32 escolas de Jurema estão suspensas desde o dia 18 de junho. Não há previsão para o reinício do ano letivo.

Da Redação do pe360graus.com

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