O governador Eduardo Campos (PSB) se reunirá, depois de amanhã, com o presidente estadual do PSB e vice-prefeito do Recife, Milton Coelho, para bater o martelo sobre a coordenação-geral de sua campanha à reeleição. Cotado para o posto, Milton disse, na última quarta, após a convenção da Frente Popular, que iria propor a Eduardo uma coordenação pluripartidária, composta por integrantes de cada um dos 15 partidos que sustentam a coligação. Alegou, para tal, que poderia ter dificuldades em conciliar o comando da campanha com suas atribuições na Prefeitura. Ontem, o dirigente pontuou que sua função ainda não foi definida.
Apesar do discurso, o presidente do PSB pernambucano acabará fazendo as vezes de coordenador-geral. Ele já cumpriu essa tarefa em 2002, por exemplo, quando Campos se reelegeu deputado federal. Pesa a favor de Milton, ainda, a carência de nomes de confiança de Eduardo para o posto de fundamental importância, já que o ex-secretário de Educação, Danilo Cabral (PSB), que desempenhou a função em 2006, está envolvido com a própria campanha para deputado federal.
A Folha apurou que o coordenador do programa de Governo socialista será o secretário de Planejamento, Geraldo Júlio (PSB). A escolha é bastante lógica porque, fora Eduardo, Geraldo é quem tem mais conhecimento da gestão porque comanda uma secretária meio, pela qual passam o planejamento e a coordenação da maioria dos programas. Da extrema confiança do chefe, o secretário é apontado, nos bastidores, como uma das opções para a disputa do Palácio, em 2014, caso Eduardo seja reeleito. Milton não quis confirmar o posto que Geraldo terá na campanha. Limitou-se a dizer que o correligionário “dará sua contribuição”.
De acordo com Eduardo, seu programa de Governo terá como “pilar fundamental” promover mais qualidade de vida aos pernambucanos, principalmente os que mais precisam do Estado. O documento está sendo elaborado com base em três eixos: qualidade de vida que dialogue com educação, saúde , mobilidade, saneamento, água e habitação; incrementos de novas cadeias produtivas nos pólos regionais e incentivo ao chamado “Estado do fazer”, que, na ótica do socialista, tem que ser desburocratizado.
O tesoureiro da campanha também já foi definido. Trata-se do Coronel Sebastião Pereira Lima Filho, que pedirá exoneração nesta semana do comando da Pernambuco Participações e Investimentos S/A (Perpart), órgão vinculado à Secretaria de Administração. Em 2006, ele auxiliou o tesoureiro da Frente Popular, Tadeu Lira.
O jurídico “eduardista” também já está fechado. A coordenação conjunta será responsabilidade dos advogados Izael Nóbrega - chefe do time há quatro anos -, Bruno Brennand, Virgínia Pimentel e Antônio Campos. Irmão do governador, Antônio atuará como um conselheiro do corpo jurídico, que contará, no seu staff, com mais 15 advogados.
ARTHUR CUNHA (FOLHA DE PERNAMBUCO)
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