sábado, 3 de abril de 2010

Estado de saúde de agente baleado durante rebelião na Funase ainda é grave


O agente Elvismar Soares dos Santos, de 34 anos, continua internado no Hospital da Restauração e seu estado ainda é grave. Ele foi baleado na cabeça na noite da última quinta-feira (1°) durante rebelião na Funase.

Depois de dar entrada no hospital, por volta da 0h, Elvismar foi submetido a uma neurocirurgia e foi transferido para a sala de recuperação da unidade, onde respira com a ajuda de aparelhos.

Elvismar era um dos trinta agentes que estavam trabalhando quando o motim começou. Ele estava numa das guaritas quando foi atingido na cabeça por um tiro.

REBELIÃO
A polícia recebeu a chamada por volta das 20h e, quando chegou ao local, às 21h, o motim já tinha se instaurado na Funase. O agente já havia sido baleado e outro funcionário, feito refém.

Após negociações, o refém foi liberado e o agente baleado foi socorrido. O capitão esclareceu que "o disparo que atingiu o agente penitenciário provavelmente não partiu da polícia porque, em situações de rebelião, utiliza apenas armas não-letais como bombas de gás lacrimogêneo, gás de pimenta e balas de borracha". O Instituto de Criminalística (IC) vai investigar de onde partiu o tiro. O Batalhão de Choque deixou a Funase na madrugada desta sexta-feira (2).

Durante o trabalho de rescaldo, os policiais militares encontraram o corpo de um adolescente. Não se sabe como ele foi morto, mas o cadáver foi encontrado queimado, pendurado na trave da quadra de esportes da unidade. A capacidade da Funase de Abreu e Lima é de 98 menores, mas, atualmente, a unidade abriga 300 adolescentes.

As armas usadas pelos internos são conseguidas na própria Funase. “A revista é feita em um dia, mas no outro já estão armados de novo, devido à construção que está tendo aqui”, falou o agente socioeducativo José Correia da Silva.

De acordo com a presidência da Funase, os adolescentes destruíram a cozinha, a enfermaria, e a sala do diretor. Foi nesses que locais que eles conseguiram os objetos para incendiar.

“Realizamos uma revista muito rigorosa, feita por profissionais que têm essa competência, e não foi encontrada nenhuma arma de fogo. Isso é uma coisa que vai ter que ser esclarecida, e, além disso, a busca pela arma vai continuar. Existem elementos técnicos que vamos ter que apurar”, falou o presidente da Funase, Alberto do Nascimento (foto 1).

Pouco mais de um mês atrás, os internos da Funase de Abreu e Lima fizeram uma rebelião para denunciar supostos maus tratos de que estariam sendo vítimas, por parte dos agentes socioeducadores. Alguns dos agentes chegaram até mesmo a ser afastados do trabalho.

Da Redação do pe360graus.com

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