sábado, 24 de abril de 2010

Ciro critica aliados e elogia Serra


SÃO PAULO - Ciro Gomes, deputado federal pelo PSB e até anteontem à noite possível candidato à Presidência, disparou ao ver o partido retirar apoio à sua candidatura: “Lula está navegando na maionese”. Em entrevista ao portal IG, o pessebista fez referência ao “apoio desmedido” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sua pré-candidata, a ex-ministra petista Dilma Rousseff.


“Ele está se sentindo o Todo-Poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República. Pior: ninguém chega para ele e diz “presidente, tenha calma”. No primeiro mandato eu cumpria esse papel de conselheiro, a Dilma, que é uma pessoa valorosa, fazia isso, o Márcio Thomaz Bastos fazia isso. Agora ninguém faz”, disse.



Embora afirme que ele merece a alta aprovação de seu governo, Ciro diz que “Lula não é Deus”. Sua mágoa é com a influência do presidente nas resoluções internas de seu partido. “Estou como a Tereza Batista cansada de guerra. Acompanho o partido. Não vou confrontar o Lula. Não vou confrontar a Dilma.” O deputado afirmou que vai obedecer a decisão do seu partido, mas que não desistiu de ser candidato à Presidência. “Até terça-feira de manhã, vou lutar e espernear, mas vou obedecer a decisão do partido”, disse em entrevista, ontem à noite, ao programa “SBT Brasil”, do SBT.



Ciro disse ainda que a presidenciável petista é melhor que o pré-candidato do PSDB José Serra, como pessoa, mas ressaltou que o tucano tem mais experiência e é mais preparado que a ex-ministra. “O Serra é mais preparado que Dilma. Já foi deputado federal e governador de São Paulo”, salientou. O deputado federal reconheceu que cometeu erros graves em sua carreira política, mas salientou que os primeiros movimentos políticos de Dilma o deixaram “de cabelo em pé”. De acordo com Ciro Gomes, a presidenciável do PT não tem experiência política. “Os primeiros movimentos dela já me deixaram de cabelo em pé, ela não tem experiência política”, criticou.



Ainda segundo Ciro, o PT cometeu “dois erros crassos” na composição de sua campanha para as eleições deste ano. “Um deles foi a aliança com o PMDB e o outro foi o retorno de José Dirceu à equipe de campanha”. Segundo o parlamentar, o retorno Dirceu “é um desacato à Justiça e um desacato à opinião pública”.



Ciro também criticou aquilo que ele classifica como subserviência ao PT por parte do presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos, e o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral. “(Eles) Não estão no nível que a história impõe a eles”, disse. Na entrevista, o deputado afirmou que pode deixar a política para viajar ou “virar intelectual” a partir da confirmação, no próximo dia 27 em reunião dos líderes do PSB, da retirada de sua candidatura. O deputado afirmou que não irá à reunião. “Não vou. Vou deixar os companheiros à vontade”, afirmou o deputado, após dar entrevista ao “Jornal do SBT”, em Osasco, na Grande São Paulo, ontem à noite. Antes do SBT, Ciro concedeu entrevista para a Rede TV!, que vai ao ar no domingo à noite.

FOLHA DE PERNAMBUCO

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