segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eduardo Campos garante estar satisfeito


Minutos depois que o ex-secretário das Cidades, Humberto Costa, foi escolhido representante do PT na vaga governista ao Senado, o governador Eduardo Campos (PSB) recebeu um telefonema do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Em nota divulgada à Imprensa, o socialista disse estar satisfeito com a indicação e reforçou que não houve qualquer intromissão no processo de escolha. “Dutra informou que, quando chegar o momento de tratar de candidaturas, o PT indicará o companheiro Humberto Costa para compor a chapa como candidato ao Senado. Fiquei satisfeito, mas sabia que Humberto e João Paulo são quadros políticos qualificados e companheiros de luta cuja companhia muito nos honra. Qualquer um dos dois daria contribuição importante”, enfatizou o governador.


Oficialmente a definição do PT foi recebida pelos aliados como uma demonstração de unidade. Entretanto, nos bastidores, PTB, PR, PDT e PP temem uma retaliação do ex-prefeito do Recife, João Paulo. Para não desagradar ao governador evitam opiniar abertamente. Para José Humberto Cavalcanti, secretário-geral do PTB, a atitude de João Paulo foi uma demonstração de “maturidade”. “A relação do nosso partido com os dois é muito boa. O PT e João Paulo deram um exemplo de maturidade com essa decisão, evitando as prévias e exaltando a unidade”, limitou-se a dizer.



Presidente estadual do PR, Inocêncio Oliveira não escondeu a preferência por João Paulo, a quem seu partido havia declarado apoio desde o final do ano passado. “Tínhamos a nossa preferência por João Paulo, mas Humberto fez um bom trabalho na secretaria e tenho certeza que essa escolha não vai complicar o processo”, opinou. Ele acredita que o ex-prefeito terá projeção nacional num eventual governo da presidenciável Dilma Rousseff (PT). “Quem sabe até um ministério!”, sugeriu.



Líder estadual do PP, o deputado federal Eduardo da Fonte classificou a decisão como “injusta”. “João Paulo é um injustiçado. O primeiro requisito para ser candidato por um partido é ter voto e ele tem muito. Humberto tem sua história, mas João Paulo já consolidou-se como um vitorioso”, protestou.

Bruna Serra Especial para a Folha

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