sexta-feira, 30 de abril de 2010

Justiça condena Clodovil, mesmo morto, a indenizar Ronaldo Ésper



A Justiça de São Paulo condenou o deputado federal e estilista Clodovil Hernandez, morto em março de 2009, a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais ao também estilista Ronaldo Ésper. O valor da sentença é metade dos R$ 10 mil reivindicados por Ésper, que três meses após a morte de Clodovil solicitou à Justiça que o espólio de Clodovil continuasse responsável pelo pagamento da indenização.

A advogada do espólio de Clodovil, Maria Hebe Pereira de Queiroz, disse ao G1 que a disputa judicial não termina agora. Clodovil, embora morto, ainda é parte em processo contra Ésper por danos morais.

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"Diante do exposto, julgo procedente o pedido para condenar o réu espólio de Clodovil Hernandes ao pagamento de indenização por danos morais", afirmou a juíza, na sentença.

Na ação, Clodovil afirmou que apenas reproduziu à revista o que ouviu de Ésper durante uma conversa entre os dois no Parque Trianon, em frente ao Museu de Arte de São Paulo. Segundo o texto da sentença, Clodovil contou à revista que ouviu de Ésper o relato de que ele, Ésper, "teve problemas ao sair da Itália com obras de arte por não conseguir comprovar sua procedência".

A advogada que cuida do espólio de Clodovil, Maria Hebe Pereira de Queiroz, disse que ainda não foi informada oficialmente da decisão que condena o espólio a pagar a indenização, mas antecipa que vai recorrer. Ela deixou claro, no entanto, que a sentença não a surpreende.

"A gente já esperava isso. O Clodovil falou efetivamente o que não devia e na época o Ronaldo não conseguiu ficar quieto, foi à TV e fez ofensas gravíssimas ao Clodovil", disse ela. "Eu ainda disse para o Clodovil na época: 'Não sei se é bom ou se é ruim, porque você vai perder essa ação, mas vai ganhar outra", afirmou Maria Hebe.

Por causa das supostas ofensas ditas por Ésper, Clodovil também entrou com uma ação contra o rival. A advogada afirma que o processo tramita na Justiça de São Paulo e a decisão está perto de sair. O G1 entrou em contato com o advogado de Ésper, Marcello Eduardo Furman Bordon. Ele disse na quarta-feira (28) que iria se informar sobre o processo antes de se manifestar, mas ainda não se pronunciou.

O episódio que envolve as ações de indenização é anterior a 19 de janeiro de 2007, quando Ronaldo Ésper foi preso sob acusação de furto de dois vasos do Cemitério do Araçá. A Justiça absolveu o estilista da acusação.


Roney Domingos
Do G1 SP

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